Folha de São Paulo: projeto Ficha Limpa ameaça planos de pelo menos três ex-governadores; paraibano Cássio Cunha Lima é um deles
O Jornal Folha de São Paulo, em sua versão eletrônica nesta sexta-feira (18),desdobramentos sobre o projeto Ficha Limpa e fez um levantamento de quais políticos seriam atingidos pela interpretação dada pelo Tribunal Superior Eleitoral, confira a matéria na íntegra:
A entrada em vigor da Lei do Ficha Limpa para as eleições deste ano coloca em suspenso projetos eleitorais de pelo menos três ex-governadores que foram cassados. Ela impede, dentre outros dispositivos, a candidatura de políticos condenados por um colegiado da Justiça (mais de um juiz).
No Maranhão, o ex-governador Jackson Lago (PDT), cassado pelo TSE em março de 2009 por abuso de poder político, tem ameaçado seu plano de voltar ao governo.
Lançado pré-candidato do PMDB do Tocantins ao Senado, o ex-governador Marcelo Miranda foi condenado em 2009 pelo TSE e perdeu o mandato por abuso de poder.
Outro governador cassado e que poderá cair no pente-fino da nova legislação é Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). Cassado em 2009, ele pretende concorrer ao Senado.
Além dos ex-governadores, outros políticos têm seus planos ameaçados. Em Rondônia, o ex-senador Expedito Júnior (PSDB), cassado por compra de votos em 2007, é pré-candidato ao governo.
No mesmo Estado, o deputado federal Natan Donadon e seu irmão, o deputado estadual Marcos Donadon, ambos do PMDB, foram condenados por peculato e formação de quadrilha pelo Tribunal de Justiça, em 2008. Eles foram acusados de participar de desvios na Assembleia.
A defesa dos irmãos disse que eles receberam condenações “injustas e absurdas” e, caso sejam incluídos na lista dos inelegíveis, irão recorrer.
A assessoria de Lago disse à Folha que seria “crueldade” aplicar a ele as restrições da nova lei. “O ex-governador já cumpriu a pena de três anos de inelegibilidade.”
Os assessores de Expedito Júnior disseram acreditar que ele não será afetado pela lei. Ele ficou inelegível por três anos e o prazo se encerrou em 2009. Para seus advogados, não seria possível ampliar a inelegibilidade.
A Folha deixou recados com as assessorias de Cunha Lima e Miranda, mas ninguém respondeu.
Redação com Folha de São Paulo
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