Manifestantes portando cartazes contra o aumento da tarifa de ônibus na cidade de São Paulo invadiram o auditório da Assembleia Legislativa no momento em que o prefeito Gilberto Kassab começava seu discurso de criação do PSD (Partido Social Democrático).
Gritando palavras de ordem como "abaixa o busão", os manifestantes fizeram Kassab interromper sua fala.
Em tom irônico, o prefeito pediu "uma salva de palmas" para os estudantes. Ele pediu ainda que os seguranças tratassem os manifestantes com civilidade, mas apoiadores do prefeito arrancaram os cartazes das mãos dos estudantes e os rasgaram. O grupo foi retirado da sala.
Kassab realiza um ato político na Assembleia Legislativa para coletar assinaturas para a abertura do processo de criação do novo partido.
Em evento realizado ontem em Salvador (BA), ele reuniu cerca de 600 pessoas, entre elas 70 prefeitos, no lançamento da nova sigla. Ele recebeu o apoio de petistas, como o senador Walter Pinheiro (PT), mas a maioria dos presentes era integrantes insatisfeitos de partidos como DEM, PP e PMDB.
Na Bahia, o PSD se aproxima da base do governo Dilma Rousseff e já recebeu até o apoio do governador Jaques Wagner (PT). No Estado, o principal aliado de Kassab é o vice-governador, Otto Alencar (PP).
Salvador foi escolhida para o lançamento do PSD para indicar que o partido, que deve ser formalizado até julho, terá um caráter nacional. A sigla terá representação em dez Estados.
Em entrevista, citou ainda como possíveis integrantes do novo partido o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos (DEM), e os senadores Sérgio Petecão (PMN-AC) e Kátia Abreu (DEM-TO).
Em seu discurso, Kassab disse que o nome PSD foi escolhido porque o partido será desenvolvimentista como o ex-presidente Juscelino Kubitschek, que era membro de uma legenda com o mesmo nome.
Folha Online