Categorias: Política

Henrique Alves diz não ver risco de confronto com STF

PUBLICIDADE

 Um dia após enfatizar que a palavra final sobre a perda do mandato dos deputados condenados no processo do mensalão é do Legislativo, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse nesta quarta-feira (6) que não há "o menor risco de confronto" da Casa com o Supremo Tribunal Federal (STF) e disse que a Casa se limitará a cumprir formalidades para cumprir a determinação de cassar o mandato. "Coisas de formalidade legal e ponto", observou o deputado.

"Não há a menor possibilidade, o risco mínimo, de qualquer confronto entre o Legislativo e o Judiciário. Zero. Quem pensar diferente, é como diz o dito popular, pode tirar o cavalinho da chuva. Não há a menor possibilidade. É imenso o respeito do Legislativo com o Judiciário, e vice-versa", destacou Henrique Alves na saída de uma visita de cortesia ao presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa.

No final do ano passado, no julgamento do mensalão, o Supremo Tribunal Federal determinou a perda do mandato parlamentar dos deputados federais condenados no processo. É o caso de Pedro Henry (PP-MT), Valdemar Costa Neto (PR-SP), João Paulo Cunha (PT-SP) e José Genoino (PT-SP).

Indagado na segunda (4), dia em que assumiu o comando da Câmara, se a decisão de casar os mandatos caberia aos deputados ou à Suprema Corte, Henrique Alves disse: “Eu já falei sobre isso. Essa é a lógica da Câmara”.

Na terça (5), Barbosa disse não acreditar que a Câmara dos Deputados possa vir a descumprir a decisão da corte que determinou a perda dos mandatos de parlamentares condenados no julgamento do mensalão. “Isso é só especulação. Não acredito que isso vá ocorrer”, ponderou o magistrado. Depois, no mesmo dia, Henrique Eduardo voltou a reiterar sua posição.

Segundo Henrique Alves, depois de o processo do mensalão transitar em julgado (não ter mais possibilidade de recursos), a Câmara vai cumprir os ritos legislativos para cassar os mandatos. Ele, porém, assegura que não há o risco de a direção da Câmara questionar o mérito da decisão do Supremo.

Entre os procedimentos regimentais que serão tomados assim que o processo for enviado para o Congresso, disse Henrique Alves, está a consulta sobre o direito de defesa dos réus foi respeitado e também se todos os prazos foram cumpridos.
O ministro do Supremo Gilmar Mendes falou sobre o tema nesta sexta. Ele afirmou que a Câmara pode, sim, seguir os ritos formais, mas nã pode descumprir a decisão do Supremo.

"Os senhores viram o debate, a transparência com que se deu. O Supremo nunca tinha se debruçado sobre uma questão tão complexa nessa ação. Eu acho que está bem encaminhada.

Tem formalidades, sim, que texto constitucional exige. Está claro que a mesa examine e delibere sobre o assunto. Está claro", afirmou.
Perguntado, então, se a Câmara poderia desobedecer a decisão do Supremo, ele afirmou: "No estado de direito temos uma principio não escrito que é o da lealdade constitucional. Todos nós devemos obediência à Constituição."

Divergências sobre cassações
Durante os debates no Supremo, houve divergência porque o artigo 55 da Constituição estabelece que, no caso de deputado que "sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado", a perda do mandato "será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta".
Já o artigo 15 da Constituição estabelece que a perda dos direitos políticos se dará no caso de "condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos".

Na avaliação do Supremo, o mandato parlamentar faz parte dos direitos políticos. Alguns ministros discordaram, mas venceu a corrente que entendeu que a condenação gera cassação imediata após o trânsito em julgado (quando não houver mais possibilidades de recurso).

G1

PUBLICIDADE

Últimas notícias

Segundo turno: Justiça Eleitoral determina remoção de postagens de Marcelo Queiroga por ofensas a Cícero Lucena

A 1ª Zona Eleitoral de João Pessoa emitiu uma decisão liminar nesta sexta-feira (18) ordenando…

18 de outubro de 2024

Em vídeo, presidente da CMJP se diz vítima de acusações e confia na Justiça para reverter decisão

No final da manhã desta sexta-feira (18), o presidente da Câmara Municipal de João Pessoa…

18 de outubro de 2024

Queiroga nega segregação de autistas em JP, mas defende salas especiais para casos específicos

O ex-ministro da Saúde e candidato à Prefeitura de João Pessoa, Marcelo Queiroga (PL), em…

18 de outubro de 2024

Câmara Municipal de JP cumpre decisão judicial e assegura continuidade dos trabalhos legislativos

A Mesa Diretora da Câmara Municipal de João Pessoa anunciou, na tarde desta sexta-feira (18),…

18 de outubro de 2024

Alvo de mais um inquérito no STF, Cabo Gilberto volta a mira artilharia contra Suprema Corte

Alvo de mais um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) após realizar críticas ao ministro…

18 de outubro de 2024

Vereadores de João Pessoa se reúnem nesta sexta para discutir transição da presidência

Os integrantes da Mesa Diretora da Câmara Municipal de João Pessoa, juntamente com os demais…

18 de outubro de 2024