Nem Ana Cláudia (PMN), nem Nildinha Gondim (PMDB), nem Daniela Ribeiro (PP). Todas estão fora das cogitações do governador José Maranhão (PMDB) para a possibilidade de alguma vir a se tornar companheira na sua chapa à reeleição, disputando a vice-governadoria.
A PALAVRA apurou de fonte fidedigna ontem em Brasília que Maranhão não dispõe realmente de nenhum nome em “plano B” para sacar da manga da camisa e apresentar à sociedade como seu vice, em caso de recusa ao convite feito ao prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rego (PMDB). Aliás, de acordo com o informante, nem “B”, nem “C”, ‘nem D”, nem nenhuma outra letra do alfabeto. A disposição do governador e sua tropa de choque é a de pressionar e convencer Veneziano de que o melhor caminho é mesmo o de cerrar fileira junto com ele na campanha majoritária, renunciando à prefeitura campinense e deixando-a nas mãos do vice José Luiz Júnior (PSC).
Mas, na hipótese que o grupo mais íntimo do Governo chama de “remota”, a da permanência do prefeito campinense na chefia do Executivo, a saída já acertada, porém envolta no mais guardado dos segredos, volta-ser para o PDT, sendo certa a indicação da médica Lígia Feliciano para figurar na privilegiada condição de candidata a vice-governadora, como representante não somente de Campina Grande, mas sobretudo da mulher paraibana.
Essa costura não é recente. O primeiro alinhavo foi dado ainda no São João de 2009 quando o governador surpreendeu a todos e foi à mansão dos Felicianos, no aristocrático bairro campinense Alto Branco comer a pamonha e a canjica preparadas por Dona Mariana, mãe do deputado federal e presidente estadual do PDT, Damião Feliciano.
Lá, o primeiro abraço recebido pelo governador foi exatamente da matriarca. “Maranhão querido, a gente tava com muitas saudades”, rejubilou-se Dona Mariana conforme o testemunho dado por um dos acompanhantes da comitiva oficial, o então secretário da Interiorização, Assis Costa.
“Nossa amizade é muito antiga e nos queremos muito bem”, disse à época Maranhão à reportagem da PALAVRA ao confirmar o encontro com os Felicianos em meio aos fogos da festa junina.
A presença de Lígia na chapa com Maranhão é a contrapartida do apoio integral do PDT à reeleição do governador, decisão avalisada inclusive pelo presidente nacional, o ministro Carlos Luppi, mas ainda não oficialmente anunciada tão somente por uma questão de estratégia de ambas as partes.
Como o prazo das definições está acabando, a informação começou ontem a vazar em Brasília e deverá ter os seus naturais desdobramentos no decorrer das próximas semanas, tudo obviamente na dependência da manifestação de Veneziano Vital do Rego.
QUEM É LÍGIA
Médica e esposa do deputado federal Damião Feliciano, Lígia é diretora-presidente da UNESC, uma das mais importantes universidades privadas do Brasil, com sede em Campina Grande e filial na cidade de Taguatinga, Distrito Federal. É também a presidenta da rádio Panorâmica FM, em Campina Grande, e de dois hospitais da família que funcionam na Rainha da Borborema.
Considerada o esteio da família, por estar sob seu controle todas as ações do grupo, Lígia Feliciano é mãe de três filhos – dois homens e uma mulher. Um deles, Renato Feliciano, foi vereador de Campina Grande na legislatura passada e hoje é primeiro suplente da sua coligação.
Testada nas urnas, ela teve surpreendente votação na última eleição para o Senado, obtendo em Campina Grande uma invejável soma de sufrágios. Em 2008 foi convidada a ser vice na chapa de Rômulo Gouveia, tendo tido participação decisiva na campanha, sobretudo ao receber apoio das camadas mais carentes da cidade, onde a sua rádio tem maior penetração.
A Palavra Online