Em entrevista à imprensa paraibana ontem (31), o governador da Paraíba eleito no segundo turno, João Azevêdo, do PSB, falou sobre o silêncio do presidente derrotado Jair Bolsonaro (PL) sobre a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para presidente da República. Segundo João, um pronunciamento, seja ganhando ou perdendo, é exigido na democracia.
“Eu acho que a democracia exige posturas, eu diria que há convenções na democracia e reconhecer uma derrota ou uma vitória faz parte desse processo. Acho que era extremamente importante que o presidente se pronunciasse reconhecendo o resultado das urnas”, afirmou o socialista em trecho da entrevista.
Ainda na entrevista João também falou sobre o desafio de Lula com relação ao orçamento da União. João Azevêdo relatou que, muitas vezes, nos últimos quatro anos, os governadores precisavam de emendas impositivas para garantir orçamento para algum projeto. “Fazer com que o presidente da República volte a ter verdadeiramente o comando sobre o orçamento público. Eu acho que essa vai ser uma das maiores missões que o presidente Lula terá pela frente: resgatar o caráter público do orçamento. Nós vivemos quatro anos em que a relação dos governadores com o governo federal se limitava, muitas vezes, a uma reunião com ministério e pedia que nós descobríssemos uma forma de ter uma emenda impositiva para resolver um problema de um projeto”, disse.
Para isso, João Azevêdo acredita que o presidente Lula terá que negociar. “Ele vai ter que trabalhar muito, negociar muito porque esse é um interesse também do Congresso. Essa é a grande verdade, mas ele vai ter que fazer isso de forma a resgatar as políticas públicas. Fica impossível para o governo federal liberar ou deixar nas mãos do Congresso R$ 24 bilhões, que seriam recursos utilizados em programas de investimentos, em programas sociais e isso terá que ser negociado. Eu tenho certeza que o Congresso terá que entender que é o momento de ceder pelo menos uma parte desses recursos para que a gente possa ter investimentos reais”. João obteve 1.221.904 votos, que correspondem a 52,51% da votação, contra 1.104.963 votos alcançados por Pedro Cunha Lima (PSDB), que equivalem a 47,49%.
Da Redação
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