Parte da cúpula de apoiadores de João Doria no PSDB paulista esteve mobilizada na noite desta quarta, 30, com o objetivo de tentar reverter uma decisão que parece certa e que afeta a eleição presidencial e a disputa do governo paulista. A crise foi gerada pela surpreendente intenção de Doria de abrir mão da disputa presidencial. O movimento pegou todos de surpresa e ocorreu justamente na véspera da cerimônia agendada para esta quinta, 31, no Palácio dos Bandeirantes, na qual Doria iria se despedir do cargo para iniciar a campanha presidencial.
O vice Rodrigo Garcia assumiria o comando do estado, peça essencial na sua estratégia de campanha para suceder Doria no cargo. Agora, ao que tudo indica, a intenção de Doria é continuar até o fim do mandato no Palácio dos Bandeirantes, apoiando de lá a campanha de Garcia.
Em um jantar ocorrido na noite desta quarta na casa do empresário Marcos Arbaitman (por sinal, o evento foi organizado como parte das despedidas de Doria do governo), uma das ausências mais notadas foi a de Rodrigo Garcia. No encontro, Doria reclamou muito do PSDB. Ele venceu as prévias presidenciais do partido, mas agora se sente traído: enfrenta uma tentativa de golpe arquitetado pelo grupo do deputado federal Aécio Neves para alijá-lo da disputa. Usando como argumentos os baixos índices de intenção de votos de Doria nas pesquisas e o alto índice de rejeição do governador, Aécio articula para tirar Doria do páreo. Nessa hipótese, o nome preferido para concorrer pelo PSDB seria o do governador gaúcho Eduardo Leite — como cabeça de chapa de uma coligação envolvendo PSDB, MDB e União Brasil ou vice de um nome escolhido pelo acordo entre os três partidos.
Da Redação com Agência Brasil