Um grupo de 46 empresas proibidas de obter contratos e pagamentos do poder público recebeu R$ 141 milhões do governo federal de janeiro de 2010 a abril deste ano. Elas integram a chamada "lista suja" elaborada pela Controladoria-Geral da União (CGU) para impedir a participação de prestadores de serviços que cometeram irregularidades em licitações e convênios. Segundo o Portal da Transparência do Executivo, o cruzamento desse cadastro, que reúne 4,2 mil pessoas físicas e empresas, com pagamentos feitos pelo governo desde 2010, mostra que vários ministérios e órgãos federais ignoram a lista da CGU. O jornal Folha de S. Paulo identificou cinco casos de empresas consideradas inidôneas.
Duas empresas declaradas inidôneas, a Fortesul Serviços e a BSI (Brasília Soluções Inteligentes) foram alvo de uma operação da Polícia Federal que desmontou um esquema de fraude em licitações em 2006. Com base nas investigações da PF, a CGU incluiu as empresas na lista de inidôneas em janeiro de 2009, por prazo indeterminado. O Ministério da Justiça, ao qual a PF é subordinada, manteve seus contratos com a Fortesul. Órgãos vinculados ao ministério pagaram R$ 33 milhões à empresa desde 2010. Na última terça-feira, o nome da Fortesul foi retirado da lista suja. Órgãos que fizeram pagamentos a empresas declaradas inidôneas pela CGU afirmaram que a continuidade dos contratos atende ao interesse público. Algumas das instituições declararam que não tinham conhecimento sobre as punições da CGU.
Terra com informações da Folha de São Paulo