O senador Raimundo Lira, durante entrevista no município de Mamanguape, nesta sexta-feira (20), colocou um fim à polêmica de ter ou não ajudado a ‘salvar’ o senador Aécio Neves (PSDB) do afastamento do mandato, assim como determinado por uma Turma do Supremo Tribunal Federal.
Lira rechaçou a teoria de um suposto conluio entre PMDB e PSDB, negou e voltou a ratificar que votou apenas em favor da Constituição Cidadã de 1988 e não em prol do tucano que, para ele, não tem importância nenhuma.
O peemedebista foi mais além e deixou claro que nunca teve nenhuma relação pessoal com o senador Aécio e sequer já sentou a uma mesa para tomar um café com o colega de parlamento.
“Eu pessoalmente tenho uma relação muito boa com quase todos os senadores do Senado, mas não tenho relações com o senhor Aécio Neves. Nunca tomei um copo d’água, nunca sentei na mesa para tomar um café com ele. Não tenho nenhuma relação pessoal, portanto para mim ele não tem nenhuma importância. Nós votamos respaldados por uma decisão do Pleno do Supremo Tribunal Federal, que desqualificou a decisão da Turma do Supremo e votamos para restaurar a honra a dignidade do Senado Federal. Não temos como fortalecer a democracia brasileira se não tivermos um Senado forte, que é a casa moderadora do Poder Legislativo”, disse.
Lira ainda citou, como prova de que não houve manobra para salvar o tucano, o fato de ter defendido, pessoalmente, na mídia nacional, que a votação não fosse secreta, para cada um senador arcar com a responsabilidade de seu voto.
“Na sexta-feira passada corria na imprensa nacional que estava havendo um conluio entre o PSDB e o PMDB para que a votação fosse secretar e eu fui para a imprensa nacional dizendo que o PMDB, na condição de líder, nós não aceitávamos a votação secreta, a votação tinha que ser nominal, aberta, para que cada senador assumisse perante a opinião pública a responsabilidade da sua posição e do seu voto. O PMDB e acredito que a maioria dos senadores que votaram, não levaram em consideração a pessoa do senador Aécio Neves, assim como eu não levei. Para mim Aécio não tem importância nenhuma”, arrematou.
O paraibano acredita que, em vez de a opinião pública colocar todos os políticos na vala comum, observarem que existem políticos sérios e responsáveis, e não reconduzirem aqueles envolvidos na Lava Jato e em corrupção ao mandato nas próximas eleições.
“Muitas pessoas falam mal dos políticos, muitos gostariam de ver o Congresso fechado, mas não existe no mundo uma democracia que não tenha um Congresso Nacional funcionando. O que precisa ser feito nas eleições é o povo excluir do Senado e da Câmara aqueles que não estão hornando o Congresso nem a democracia. O que se deve falar mal não é de quem votou com a Convicção de quem votou para defender a Constituição, mas sim aquelas pessoas que estão envolvidos na Lava Jato, que roubaram dinheiro do nosso país, que superfaturaram os estádios de futebol e as olímpiadas, e é por conta disso que hoje o Rio está falido. É isso que as pessoas têm que falar. Na política é assim, temos a favor e os contra. Nós votamos de acordo com as nossas convicções e temos nesse país pessoas que sempre são do contra, que não acreditam nas pessoas”, finalizou.
PB Agora
