O conceito “lugar de fala” é uma forma de categorizar quem pode falar sobre determinado assunto. Uma hierarquia social baseada em raça, gênero e sexualidade é definida pela elite do progressismo. A partir disso, as vozes consideradas oprimidas podem silenciar vozes tidas por opressoras.
Na hierarquia social, homem, branco e hétero, certamente, não tem lugar de fala. É opressor por princípio! Não pode se redimir porque a história da colonização o condena para sempre.
A noção de “lugar de fala” silencia e isola indivíduos e comunidades em seus respectivos ambientes. Leva ao fim da empatia, da solidariedade com o próximo e da ética universal.
“Lugar de fala” é antagônico ao evangelho e à vida da Igreja. Jesus sempre proferiu o mesmo discurso para homens e mulheres, brancos e negros, judeus e gentios, romanos e escravos. O evangelho e a ética de Jesus são para todos, independentemente de condição social.
A Igreja tem o dever de proclamar esse discurso universal. Se uma Igreja aplicar a noção de “lugar de fala”, o líder eclesiástico – homem, branco e hétero – não pode pregar um sermão para todos, já que mulheres poderiam rejeitar seu discurso “opressor”. A Igreja seria toda dividida, segregada e fragmentada.
O evangelho e a ética cristã se opõem à ideia de “lugar de fala”. No evangelho, existe espaço para empatia e solidariedade com a condição social do próximo. E também existe espaço para oposição à opressão social. Só não existe espaço para categorizar e silenciar o outro.