viagem de Lula é a primeira oficial de um presidente brasileiro a Israel. Em 1876, o imperador Dom Pedro II esteve na Terra Santa.
Lula chegou ao aeroporto de Tel Aviv por volta das 17h30 (12h30, Brasília) e imediatamente foi para Jerusalém, onde amanhã se reunirá com o presidente israelense, Shimon Peres, e primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Na terça-feira visitará Belém (Cisjordânia) para se reunir com o presidente da Autoridade Nacional palestina (ANP), Mahmoud Abbas.
O objetivo de Lula na viagem é aumentar as relações bilaterais com israelenses, palestinos e jordanianos, assim como promover o Brasil como mediador na região.
“A visita terá uma parte política e também uma vertente econômica, pela entrada próxima em vigor de acordos de livre-comércio entre Israel e o Mercosul”, disseram à Agência Efe diplomatas brasileiros.
Clima de tensão
Lula desembarca em Israel no momento em que há aumento da tensão entre o governo israelense e os palestinos.
A crise atual foi detonada durante a visita do vice-presidente americano, Joe Biden, na semana passada. Biden planejava lançar um novo processo de negociações indiretas entre os dois lados do conflito, quando o Ministério da Defesa de Israel aprovou a construção de 112 residências no assentamento de Beitar Ilit, em território ocupado na Cisjordânia.
O anúncio foi visto como uma ameaça à retomada das negociações, mas a pá de cal veio no dia seguinte, quando o Ministério do Interior, controlado pelo Shas, partido ultraortodoxo e a favor da ampliação dos assentamentos, divulgou a aprovação da construção de 1,6 mil casas em Jerusalém Oriental, que os palestinos reivindicam como capital de seu futuro Estado.
Fracasso americano
A decisão, classificada por muitos como uma humilhação a Biden, azedou relações entre Estados Unidos e Israel e marcou o fracasso da visita do vice de Barack Obama.
Não tardou para que o presidente palestino, Mahmoud Abbas, se retirasse das negociações, Israel decretasse o fechamento temporário do acesso à Cisjordânia e reforçasse o policiamento em Jerusalém.
Em meio a essa crescente tensão, Lula chega para sua primeira visita com a ambição de se lançar como mediador de um processo de paz congelado desde dezembro de 2008, quando o presidente palestino suspendeu o diálogo com o ex-primeiro-ministro israelense Ehud Olmert
Na época, Israel tinha iniciado uma nova ofensiva militar na Faixa de Gaza. Segundo o governo brasileiro, a visita de Lula “coroa” um processo iniciado há cinco anos com a aproximação gradual do Oriente Médio.
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