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Lula diz que líderes precisam de coragem e vontade política para mudar realidade do planeta

Ao participar da abertura da Cúpula do Futuro, ontem, domingo (22/09), na sede das Nações Unidas (ONU), em Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que “precisamos de coragem e vontade política para mudar a realidade do planeta.

No evento, foi aprovado o Pacto para o Futuro, documento contendo compromissos sobre reformas no sistema multilateral. O Pacto para o Futuro nos aponta a direção a seguir. O documento trata de forma inédita temas importantes como a dívida de países em desenvolvimento e a tributação internacional.

Segundo o presidente Lula, “a criação de uma instância de diálogo entre chefes de Estado e de Governo e líderes de instituições financeiras internacionais promete recolocar a ONU no centro do debate econômico mundial”.

A Cúpula do Futuro precede a Assembleia Geral da ONU e reúne chefes de Estado e governo dos 193 Estados-membros da organização, além de representantes da sociedade civil, pesquisadores, setor privado e juventude. O evento também busca consenso para o Pacto Digital Global e a Declaração sobre Gerações Futuras.

“O Pacto Global Digital é um ponto de partida para uma governança digital inclusiva, que reduza as assimetrias de uma economia baseada em dados e mitigue o impacto de novas tecnologias como a Inteligência Artificial”, afirmou Lula.

Embora tenha classificado como significativos os avanços previstos no Pacto para o Futuro, o presidente ponderou que, ainda assim, falta ambição e ousadia aos líderes mundiais para promover maiores mudanças. Para ele, a crise da governança global requer transformações estruturais.

Lula também falou sobre a Agenda 2030, o plano global composto por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecido durante a Assembleia Geral da ONU de 2015. Para o presidente, os ODS “foram o maior empreendimento diplomático dos últimos anos e caminham para se tornarem nosso maior fracasso coletivo”. Ele sinalizou que, se for mantido o ritmo atual de implementação, apenas 17% das metas da Agenda 2030 serão atingidas dentro do prazo.

Entre os ODS, estão a erradicação da pobreza e o fim da fome. Nesse contexto, Lula pontuou que, na presidência do G20 — grupo dos países com as maiores economias do mundo —, o Brasil lançará uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza para acelerar a superação desses flagelos. A Cúpula de Líderes do G20 está agendada para os dias 18 e 19 de novembro deste ano, no Rio de Janeiro.

O presidente abordou, ainda, o tema das mudanças climáticas. “Os níveis atuais de redução de emissões de gases do efeito estufa e financiamento climático são insuficientes para manter o planeta seguro”, declarou. Diante desse cenário, destacou que o Brasil vai trabalhar por um balanço ético global, em parceria com o secretário-geral da ONU, António Guterres, reunindo diversos setores da sociedade civil para pensar a ação climática sob o prisma da justiça, da equidade e da solidariedade.

A iniciativa é uma preparação para a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), a ser realizada em Belém, capital do Pará, em novembro de 2025.

Em visita oficial a Nova York até quarta-feira, 25 de setembro, Lula também participará da abertura do Debate Geral da 79ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), do evento “Em defesa da democracia, combatendo os extremismos”, da abertura da segunda reunião de Chanceleres do G20, além de manter diversas reuniões bilaterais.

 

Na condição de atual presidente do G20, o Brasil contribui também nessa instância para impulsionar a reforma da governança global, por meio do lançamento de um Chamado à Ação, que deverá ser adotado na Reunião desta quarta-feira 25/9.

O presidente está acompanhado do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Outros ministros de Estado também cumprem agendas nas Nações Unidas. A delegação brasileira participa igualmente de reuniões de alto nível sobre temas como o fortalecimento do multilateralismo, a reforma da governança global, a defesa da democracia, consolidação da paz, entre outros.

Redação

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