O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou em entrevista a imprensa nacional, ser contra vazamentos, mas” o jogo foi jogado assim no impeachment da Dilma”. A declaração foi feita após ele comentar sobre o vazamento de supostas mensagens atribuídas ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e a procuradores da operação Lava Jato. Maia ressaltou que é contra vazamentos, mas lembrou de quando uma conversa privada entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, do PT, foi divulgada no “Jornal Nacional”, em 2016.
“Eu sou contra vazamento ilegal, uso ilegal de dados particulares, mas o jogo foi jogado assim inclusive para o impeachment da Dilma”, disse o parlamentar. “Naquela época, o impeachment da Dilma estava morrendo. Aquele vazamento foi decisivo”, explicou. Na conversa divulgada pelo então juiz Sergio Moro à imprensa, a ex-presidente comentava com Lula que iria indicá-lo a ministro-chefe da Casa Civil para dar foro privilegiado a ele.
O deputado federal defendeu que não se pode dar “dois pesos e duas medidas” para essa situação. “Quando o vazamento vai beneficiar um lado, é bacana, quando em tese vai beneficiar outro, aí não pode”, ironizou. Ele ainda se lembrou de dados do WikiLeaks. “Todo mundo publicou o WikiLeaks, não tinha problema”, disse.
Rodrigo Maia também afirmou que os veículos que estão divulgando as supostas mensagens, The Intercept Brasil, Folha de S.Paulo e Veja, não estão cometendo irregularidades. “Não é crime publicar a informação”, declarou, condenando a ação de hackers que teriam invadido os celulares para obter as supostas conversas. “É claro que a entrada no celular e pegar as informações privadas é crime”, ressaltou. “Que se vá atrás do criminoso para que ele pague pelo crime de entrar no celular.”
Redação com uol