Dados divulgados pelo Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) mostram que as mulheres são maioria entre o eleitorado paraibano. Enquanto o público feminino soma 1.634.223 eleitoras, os homens contabilizam 1.457.461. Apesar desse quantitativo a liderança feminina, no entanto, não se aplica quando somadas as candidaturas na Paraíba. Elas se somam a outras minorias no tocante a candidaturas postas, como a dos indígenas e pessoas que se autodenominam negras. Quem avalia esse cenário é o cientista político e professor da Universidade Federal da Paraíba, José Artigas.
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 67% dos candidatos no estado são homens, enquanto as mulheres representam 33%. No retrato da disputa ao Governo do Estado, dos oito postulantes, apenas uma é mulher: Adjany Simplício, do PSOL. Esse é o mesmo cenário na corrida pelo Senado Federal. A deputada estadual Pollyanna Dutra (PSB) concorre com sete homens uma cadeira na Alta Casa do Congresso Nacional.
Ainda no legislativo, enquanto 155 candidatos almejam uma vaga na bancada paraibana na Câmara Federal, existem 80 mulheres desejando representar o estado no legislativo federal. Já para Assembleia Legislativa da Paraíba, são 299 homens contra 158 mulheres.
Ainda segundo o levantamento feito junto ao TSE, Na Paraíba, apenas três pessoas indígenas são candidatos neste pleito, sendo apenas 0,3% dos mais de 700 registros realizados na Justiça Eleitoral. Já as pessoas que se autodeclararam pretas, são 12,8%. Apesar do baixo percentual, o número ainda é maior do que o das últimas eleições nacionais. Em 2018, apenas um indígena realizou o registro de candidatura e as pessoas pretas eram apenas 8% do total de candidatos.
Para José Artigas, com a nova legislação eleitoral que prevê um aumento no fundo eleitoral para negros e mulheres, há candidatos mudando a declaração de cor para se beneficiar da lei. “A gente percebe que, por exemplo, nas eleições de 2018 o número de deputados estaduais que declararam-se negros ou pardos era 30%, e o número saltou em quatro anos para 52%. Percebe-se que muitos candidatos que nas eleições passadas diziam-se brancos, agora se declaram negros ou pardos, ou seja, é óbvio que isso é uma tática de ampliar o fundo eleitoral sem ter uma maior participatividade nesses grupos na composição das chapas e parlamentos”, disse o cientista político destacando ainda que esse foi o objetivo da alteração da legislação. “Com isso, haveria um favorecimento relativo a negros e mulheres, uma vez que candidaturas negras e mulheres receberão o dobro das outras candidaturas. Mas, como já era esperado, isso já também vem causando algum desvio”, finalizou.
Eleições passadas
Os dados presentes na eleição deste ano não divergem dos pleitos passados. Em 2018, por exemplo, dos 36 deputados estaduais eleitos, cinco eram mulheres: Pollyanna Dutra (PSB), Camila Toscano (PSDB), Doutora Paula (PP), Cida Ramos (PSB) e Estela Bezerra (PSB). A deputada Dra. Jane (PP) assumiu o mandato com a morte do deputado João Henrique, em decorrência da Covid-19.
Da Redação