Não é por falta de voto ou porque foi réu em processo sob acusação de roubo de R$ 2 milhões em sindicato da UFPB que Edvaldo Rosas, secretário de Articulação Política de João Pessoa, é um cara errado num lugar estratégico no projeto de eleição do prefeito Ricardo Coutinho ao governo do Estado.
Não. Não tem nada a ver com isso. Rosas compromete o projeto de Ricardo porque não tem gabarito para, dentro de um projeto de disputa estadual, amarrar acordos políticos que vão além da ponte Sanhauhá.
Como articulador político dentro do PSB e nos limites de João Pessoa o secretário até pode desempenhar um excelente papel. Mas para fazer avançar o projeto de conquista de aliados políticos do Mago interior adentro é preciso muito mais do que o título de amigo do rei.
É preciso, simplesmente, ter relativa dimensão estadual. E isso, por mais que seja pungente encarar, Rosas não tem.
Foi isso que o deputado federal Armando Abílio, presidente do PTB paraibano, quis dizer em outras palavras. Ricardo não pode achar que o posto de articulador político é privilégios de amigos íntimos.
Para essa missão, outras figuras, mais fora do coletivo, desempenhariam o papel de forma muito mais eficiente.
Não dá pra fugir da tese e que para abrir portas para Ricardo pelo interior é preciso, politicamente falando, ter dimensão estadual. Quem vai ajudar ao prefeito Ricardo Coutinho a ser conhecido no Estado inteiro não pode sofrer, em proporção pior a do chefe, do mal do anonimato político.
Para isso, Ricardo precisa de alguém como certa história política, que vá, como um bandeirante experiente, abrindo caminho no varejo da política paraibana. Especialmente se o prefeito da Capital for contar com o ex-governador Cássio Cunha Lima apenas no segundo turno das eleições.
Ricardo quer ser conhecido no Estado inteiro. Para isso não pode eleger como condutor das articulações políticas alguém que é menos conhecido do que ele. É matemático. Ademais, apesar de ser considerado da cozinha de Ricardo, Edvaldo Rosas, que não teve um mandato na vida, não tem consistência para sentar com um deputado federal, estadual ou senador.
No evento do PTB em Campina, onde Ricardo brilhou, pôde se perceber que, além de não ser conhecido, Rosas não conhece quase ninguém.
O alerta de Abílio, que considerou que Rosas já tem muitos afazeres em João Pessoa para pensar no Estado como um todo, deve ser encarado como ajuda de amigo e não crítica de inimigo. Especialmente porque ele, mais do que ninguém, tem dado provas irrefutáveis da contribuição ao projeto de eleição do Mago.
Falta a Edvaldo Rosas o passaporte, e talvez o verniz, político que o prefeito está precisando para avançar em suas articulações políticas partidárias e eleitorais com vistas a 2010.
Se estiver pensando em contar exclusivamente com Edvaldo Rosas para essa missão, Ricardo Coutinho poderá encontrar algumas portas fechadas em suas jornadas eleitorais pela Paraíba adentro.