A polêmica em torno de uma presença maior de forrozeiros ‘raiz’ nos festejos juninos, ganhou mais um capítulo com a aprovação do regime de urgência para o projeto de Lei para ampliar a presença de forrozeiros no São João do deputado federal Fernando Rodolfo (PL-PE). Batizada de “Lei Luiz Gonzaga” a iniciativa prevê que prefeitos (as) e governadores (as) invistam pelo menos 80% da verba dos festejos juninos em contratação de artistas, bandas de forró e manifestações como quadrilhas juninas e demais expressões culturais relacionados ao Nordeste. Tal projeto, ganhou repercussão na Paraíba, quando os gestores municipais de Cabedelo, Sapé e Soledade comentaram tal temática.
Um ponto que chama a atenção, é que gestores municipais se dizem pressionados para definir por esse ou outro artista para os festejos juninos é o caso do prefeito de Cabedelo, Victor Hugo (União) que diz que investiu em formatos diferentes para o São João e o São Pedro. “Não tenho como competir com as grandes cidades, no São João fazemos uma festa familiar e estamos beneficiando 164 artistas locais, com festas menores, no comércio, quadrilhas, trios de pé de serra. Já no São Pedro vamos atender a um pedido do público. O público pede grandes atrações, que são elas que colocam o grande público na rua. Por isso para essa festa vamos mesclar com forrós mais em nível nacional”, comentou.
Para o prefeito de Sapé, Major Sidnei, o São João tem sido usado na sua gestão para expressar as diferentes demonstrações da cultura nordestina. “Mantemos a tradição, com forró pé de serra, quadrilha junina e também trazemos o forró que mescla com os outros ritmos. Não abrimos mão de cultivar nossas raízes. Por exemplo, além da festa com artistas de destaque nacional – que atraem turistas e ajuda a movimentar mais a economia – os artistas da terra também são contemplados na nossa programação”, disse.
Já o gestor municipal de Soledade, Geraldo Moura Ramos, destacou que o São João é genuinamente uma festa voltada para população da cidade. “Como em todo evento que realizamos, os artistas da terra são presença confirmada. Este ano, teremos uma programação dentro da realidade fiscal do município e que contempla o forró, sertanejo e expressões culturais”, afirmou.
Ontem (20), o portal trouxe comentário sobre esse tema, com o deputado estadual Eduardo Carneiro (Solidariedade) apresentou um PL na ALPB, onde o texto deve tramitar apenas após o recesso parlamentar, mas segundo a proposta eventos realizados com recursos públicos devem ter pelo menos 50% das contratações de artistas regionais e com música nordestina. “Acredito que é necessário sim uma legislação para que se institua a valorização da nossa cultura, nosso xote, nosso baião, xaxado e o melhor do nosso forró. Espero sim que essa legislação seja respeitada”, disse Eduardo.
Já junto ao poder público municipal, o vereador da capital paraibana, Thiago Lucena (PRTB), pontuou que mais importante que a legislação é a conscientização da população para importância de se manter tradições. “Sou favorável à valorização da cultura, é importante que o forró e a cultura estejam dentro da cabeça das pessoas e nas prioridades dos gestores”, disse o vereador.
Ao comentar também esse tema, o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (Progressistas) relatou. “Não será uma lei que vai fazer valorizar a cultura. É necessário respeitar a liberdade de opção. Não precisamos declarar uma guerra. Eu prefiro a liberdade de escolha. Mas gestores precisam ter a responsabilidade de preservar a cultura o ano todo e não só na hora da festa”, afirmou.
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Da Redação
