As duas primeiras testemunhas de acusação contra o prefeito Veneziano Vital do Rêgo (PMDB), de Campina Grande, no rumoroso Caso Maranata, confirmaram em depoimento nesta quinta-feira (16) à Justiça Eleitoral todas as informações que tinham prestado à Polícia Federal e ao Ministério Público: a campanha de reeleição de Veneziano contou com um pesado esquema de compra de votos e de corrupção eleitoral em 2008, envolvendo centenas de pessoas e candidatos a vereador.
Perante o juiz da 16ª Zona Eleitoral, Francisco Antunes Batista, responsável pela Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) da Maranata, os depoentes Marcelino Soares e Pulquéria Soares confirmaram a existência do esquema de compra de votos a partir da utilização da cooperativa Maranata Construtora e Prestadora de Serviço Ltda., contratada pela prefeitura de Campina Grande como empresa terceirizada. A audiência teve início às 10h00 e só se encerrou por volta das 16h00 desta quinta-feira.
O esquema, segundo as testemunhas, operava primordialmente compromisso assumido pelo prefeito Veneziano Vital do Rêgo com candidatos a vereador que aderiram à sua campanha da reeleição. Cada um teve direito de indicar até seis pessoas que recebiam salários da Maranata e repassavam para seus respectivos candidatos. Uma forma de ampliar o volume de recursos, segundo Pulquéria, era de implantar gratificações em função de “viagens” supostamente feita pelos funcionários, em forma de diárias fictícias.
Presente à audiência e acompanhando os depoimentos, o promotor Joacir Juvino disse ter sido confimado que, através do contrato de terceirização de mão-de-obra (prestação de serviço), foi praticado desvio de verbas públicas para financiar as campanhas de Veneziano, de seu vice José Luiz Júnior (PSC) e de alguns candidatos a vereador. O advogado José Mariz, representando a Coligação Por Amor a Campina, também acompanhou a audiência.
Durante os depoimentos, foi apresentado um aúdio com uma gravação contendo uma conversa entre o atual secretário municipal de Ação Social, Robson Dutra da Silva, presidente do PPS, e vários candidatos a vereador, discutindo a forma como se deveria proceder para ter acesso aos recursos repassados pela prefeitura à empresa Maranata.
Outras testemunhas serão ouvidas nos próximos dias pelo juiz Francisco Antunes.
PB Agora