Mídia nacional repercute contratação de fantasmas no gabinete de Efraim Morais
“A Kelly e a Kelriany trabalhavam para a Mônica. Elas eram amigas e brigaram. Fizeram a ocorrência para atingir a Mônica, não o senador”. Marcus Vinícius Souto, subchefe de gabinete de Efraim Morais
O Brasil foi surpreendido com mais um escândalo onde o senador paraibano, Efraim Morais (DEM), é citado por ter empregado duas funcionárias ‘fantasmas’ no seu gabinete, em Brasília. O jornal Correio Braziliense trouxe o caso com chamada na capa, e matéria apurada ouvindo os dois lados. O Correio entitulou o texto de “As fantasmas de Efraim”.
Na rádio CBN, o jornalista Heródoto Barbeiro iniciou o programa jornal da CBN com uma reportagem sobre o caso dos fantasmas.
Mais tarde, Barbeiro voltou ao tema para citar que há exatamente 1 ano, o senador era notícia em outro escâdalo, a contratação de funcionários na Paraíba que serviam como cabos eleitorais. Heródoto pediu uma música especial para o fato: O operador disparou um parabéns pra você!
Confira a reportagem do Correio:
As fantasmas de Efraim
Duas estudantes do Distrito Federal descobrem que estavam lotadas em gabinete de parlamentar paraibano sem nunca terem trabalhado no Senado. Elas denunciaram o esquema após tentarem abrir conta em banco
Josie Jeronimo
O senador Efraim Morais (DEM-PB) foi envolvido em escândalo por empregar funcionárias fantasmas em seu gabinete. Duas estudantes procuraram a 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho I), cidade do Distrito Federal, para denunciar o esquema. A irmãs Kelriany Nascimento da Silva, 33 anos, e Kelly Janaína Nascimento da Silva, 32, entregaram procuração a uma amiga que ofereceu oportunidade de as estudantes ganharem ajuda de custo de R$ 100 de uma entidade de ensino no DF.
Elas assinaram a procuração e entregaram documentos à intermediadora. Quando uma delas procurou agência bancária para abrir uma conta-salário, descobriu que era lotada no gabinete de Efraim com salário de R$ 3,8 mil.
O gabinete do senador nega participação do parlamentar no episódio das funcionárias fantasmas. O subchefe do gabinete, Marcus Vinícius Souto, disse ao Correio que a denúncia não é contra o parlamentar, mas contra uma advogada identificada como Mônica da Conceição Bicalho.
A advogada, afirma o subchefe, presta serviço de assessoria jurídica ao gabinete. Sua irmã, identificada como Kátia, seria a responsável pela tesouraria do escritório e teria contratado as duas moças para auxiliar no trabalho jurídico. “A Kelly e a Kelriany trabalhavam para a Mônica em um escritório, prestando assessoria jurídica. Tanto é que a procuração que elas apresentaram é específica para esse trabalho. Elas eram amigas e brigaram. Fizeram a ocorrência para atingir a Mônica, não o senador”, afirmou o subchefe de gabinete.
A história foi desmentida pelas envolvidas no caso. “Ela (Kátia) pediu nossos documentos, autorização para abrir conta no banco e depois ela falou que ia passar o número da conta e o cartão para gente, para podermos estar recebendo esse auxílio. Aí o tempo foi passando, e elas traziam a quantia para a gente até em casa”, contou Kelriany ao Jornal Nacional, da Rede Globo. “Nunca imaginei que eu poderia ser uma funcionária fantasma. Nunca me passou pela cabeça”, completou Kelly.
A assessoria do parlamentar informou que até a noite de ontem as funcionárias ainda não haviam sido exoneradas. O pedido de afastamento será feito hoje, segundo o gabinete. O nome de Kelly e Kelriany ainda aparece na listagem de funcionários do Senado.
Funcionária fantasma, Kelriany ganhou até promoção no gabinete de Efraim. Da nomeação de AP04 de 26 de março de 2009, assinada por José Gazineo, a estudante subiu para AP06, em 10 de julho de 2009. De acordo com o Ato nº 1.327, de 1º de abril de 2009, também assinado por Gazineo, Kelly foi nomeada para exercer cargo de assistente parlamentar AP04 no gabinete de Efraim.
Em 14 de setembro daquele ano, ato assinado pelo diretor-geral da Casa, Haroldo Feitosa Tajra, transfere a estudante para o gabinete da liderança da minoria, cargo exercido anteriormente pelo parlamentar.
Explicação
Na noite de ontem, o gabinete do senador Efraim divulgou nota em nome da advogada Mônica da Conceição Bicalho que exime o parlamentar de participação no esquema de funcionários fantasmas. “Em março de 2009, devido à abertura de duas vagas no núcleo profissional do gabinete e à excessiva demanda na minha área de atuação, fiz solicitação à chefia de gabinete de preenchimento das vagas para pessoas que pudessem me auxiliar.
Foi autorizada pelo gabinete a contratação de ambas e a partir de então passaram a prestar serviços sob a minha coordenação no Núcleo de Orçamento e Jurídico em atividades externas. Não foi levado ao conhecimento do senador Efraim Morais essa situação irregular”, teria escrito a advogada.
Segundo o advogado de Kelriany e de Kelly, Geraldo Faustino da Rocha Júnior, as irmãs aguardam pronunciamento da Polícia Federal — que vai investigar o episódio —, da Polícia Legislativa, do Ministério Público e da Presidência do Senado antes de tomar qualquer providência. No entanto, ele informou que deve ajuizar ação pedindo indenização por danos morais.
Blog do Victor Paiva