Enquanto quarenta máquinas de hemodiálise viram sucatas em prédio novo que foi construído para abrigar a Central de Hemodiálise de João Pessoa no Hospital Santa Isabel, pacientes que precisam do tratamento podem está sendo contaminados pelo vírus da Hepatite C nas clínicas conveniadas e pagas pela Prefeitura de João Pessoa. Pelo menos é isso que o Ministério Público do Estado está apurando depois do recebimento de várias denúncias de pacientes.
Na semana passada a Promotoria de Defesa dos Direitos da Saúde de João Pessoa determinou que as Vigilâncias Sanitária e Epidemiológica da Capital acessem os prontuários de pacientes de todas as clínicas nefrológicas, além do Hospital São Vicente de Paulo, e encaminhem para a promotoria o resultado das inspeções.
A determinação ocorreu durante audiência para tratar de denúncias recebidas pela Promotoria de contaminação do vírus da Hepatite C (HCV), em pacientes que fazem tratamento de diálise, em clínicas que oferecem tratamento de hemodiálise na Capital.
A promotora Maria das Graças Azevedo também encarregou o Chefe de Fiscalização do Coren-PB, José Gláuber Nogueira de Galiza, de realizar fiscalização em todas as clínicas conveniadas ou SUS, que realizam o tratamento de hemodiálise.
A audiência teve a participação de representantes da Renais-PB (Associação dos Pacientes e Transplantados Renais da Paraíba), de clínicas nefrológicas da Capital e Vigilância Sanitária e Vigilância Epidemiológica do Município de João Pessoa, dos Conselhos Regionais de Medicina (CRM-PB) e de Enfermagem (Coren), da Central Estadual de Transplantes.
O representante da Renais disse que as clínicas não conseguem comprovar se os pacientes foram contaminados antes ou depois do início dos tratamentos. Já os representantes das clínicas que estiveram presentes na audiência alegaram que são realizados todos os exames necessários para que os pacientes possam fazer o tratamento.
Segundo o representante da Vigilância Sanitária municipal, foram realizadas inspeções nas clínicas de hemodiálise, mas nenhuma irregularidade grave foi encontrada. Ainda segundo ele, foi pedido na reunião uma prorrogação no prazo para apresentação dos dados ao Ministério Público, pois será necessário mais informações para complementar a documentação, a exemplo dos prontuários médicos.
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Redação com MPPB