BRASÍLIA — Avançam os entendimentos entre o comando do PSB e o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa para que ele assuma a candidatura a presidente da República pelo partido. Barbosa terá uma reunião com dirigentes, líderes e os três governadores do partido na quinta-feira, às 15h, em Brasília. O presidente da legenda, Carlos Siqueira, disse que essa será a primeira conversa sobre um possível programa de governo, e que somente depois dela será possível bater o martelo sobre a candidatura.
— Ainda não sabemos se Joaquim Barbosa vai aceitar ser o candidato a presidente pelo PSB. Primeiro precisamos ter essa conversa amanhã — diz Siqueira.
Participam do encontro os governadores Rodrigo Rollemberg (DF), Paulo Câmara (PE) e Ricardo Coutinho (PB), líderes e dirigentes do PSB. Será a primeira reunião após a filiação, realizada no início de abril, quando ficou acertado que Barbosa teria um tempo para refletir sobre o convite. O limite para que a pré-candidatura seja oficializada é maio. Siqueira disse que há um ambiente favorável no partido a candidatura do ex-ministro do Supremo, que foi relator do mensalão.
Será criada uma Comissão Eleitoral formada pelos governadores e líderes do PSB para avaliar convergências e divergências do partido com Joaquim Barbosa, antes da definição da candidatura.
— Vamos ter uma rotina de encontros e conversas daqui pra frente. Vamos nos conhecer mais e construir as condições para a decisão de ser ou não candidato a Presidente pelo Joaquim Barbosa. Amanhã será a primeira reunião — explicou o vice-presidente do PSB, o ex- deputado federal Beto Albuquerque.
O presidente do PSB diz que a candidatura tem potencial para ser exitosa, mas ressalta que é preciso ter um entendimento entre o que pensam o candidato e o partido. Na última pesquisa Datafolha, divulgada no domingo, nos cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Barbosa ficou a frente de candidatos tradicionais como Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB).
— O lançamento dessa candidatura é um parto. Mas para ter o parto, primeiro é preciso ter a gravidez. É uma grande candidatura, mas precisamos conversar, falar sobre o calendário, conhecer sua visão de país, sobre as teses programáticas do PSB. É um nascimento a ser construído — disse Carlos Siqueira.
Para reduzir possíveis resistências a seu nome, antes do encontro com a cúpula do partido, Joaquim Barbosa foi na terça-feira a Pernambuco, conversar com o governador Paulo Câmara. Além de ser o estado do ex-governador Eduardo Campos, morto em acidente aéreo em 2014, também é o de Miguel Arraes — considerado maior líder do partido — e do próprio Carlos Siqueira.
O governador Paulo Câmara foi um dos nove governadores do Nordeste que foram a Curitiba e não tiveram autorização para visitar o ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva.
Essa visita de Barbosa a Paulo Câmara, para dirigentes do PSB, significa que ele está disposto a aceitar a candidatura a presidente da República.
O Globo