A criação de uma campanha nacional de orientação e conscientização da população quanto aos constantes acidentes provocados pelo uso de cerol nas linhas de “pipas” ou “papagaios” foi proposta pela deputada federal Nilda Gondim (PMDB-PB) ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, por meio da Indicação n° 1.230/2011.
Autora do projeto de lei n° 402/2011, que proíbe a utilização de cerol ou produto industrializado similar, nacional ou importado, que possa ser aplicado nos fios ou linhas utilizados para manusear os referidos brinquedos, também conhecidos em alguns lugares como “corujas” ou “pandorgas”, Nilda Gondim ressaltou que os fios impregnados com o produto têm ampliado a estatística de lesões corporais, inclusive com mortes, em todo o País. O projeto 402/2011 aguarda deliberação da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, da Câmara Federal.
O cerol, segundo explicou a deputada paraibana, é uma mistura de pó de vidro ou material análogo (moído ou triturado) com a adição de cola de madeira ou outra substância semelhante que é passada nas linhas de “pipas” ou “papagaios” para torná-las cortantes. O objetivo específico é cortar as linhas e derrubar as “pipas” adversárias em campeonatos ou em simples disputas de bairro.
“O cerol é uma substância bastante perigosa e tem trazido uma série de transtornos a muitas pessoas, especialmente nos períodos de férias. Os mais atingidos são motociclistas e ciclistas, e o material é capaz de provocar lesões, mutilações e até a morte”, observou, lembrando que já há, inclusive, muitos usuários do produto acrescentando pó de ferro à mistura, fato que aumenta ainda mais o poder de corte das linhas e elimina qualquer chance de socorro às vítimas mais graves, que acabam morrendo nos locais dos acidentes.
“O tema em questão é de grande relevância nacional, e tem merecido a atenção de governos estaduais e do Distrito Federal, como também de parlamentares que me precederam na Câmara dos Deputados em legislaturas anteriores, a exemplo do atual senador Vital do Rêgo Filho (PMDB-PB). Quando deputado federal, Vitalzinho apresentou projeto proibindo o uso do cerol, mas a matéria sequer teve concluída a sua tramitação na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Pela importância do assunto julguei importante reapresentá-lo, com a devida permissão do autor, e acredito que desta vez o resultado seja diferente, pois não podemos permanecer omissos diante do número crescente de vítimas, muitas delas fatais”, enfatizou.
Campanhas – Nilda Gondim lamentou a ação de muitos defensores do cerol que, mesmo diante das estatísticas que apontam para o aumento cada vez maior de vítimas fatais, tentam caracterizar a luta pelo fim do uso do cerol como uma ação contra a própria brincadeira secular de “soltar papagaio”. “Nós não queremos acabar com a brincadeira, mas sim com a utilização da mistura criminosa de vidro moído ou pó de ferro com cola, do cerol chileno ou produto similar, que acaba vitimando ciclistas, pára-quedistas, skatistas, pedestres, e até mesmo as próprias pessoas que participam da ‘brincadeira’”, afirmou.
A deputada lembrou ainda que já são muitas as pessoas e instituições que lutam pela aprovação de uma lei federal proibitiva do uso do cerol no Brasil. Como exemplo, ela destacou a iniciativa dos mineiros Robson Moraes Almeida, de Lagoa da Prata/MG, que criou uma página na Internet intitulada (www.cerol.com.br) para divulgar a campanha “Cerol Não!” depois de quase perder a vida por conta de uma linha besuntada de cerol, e Lídio Fernandes Costa, de Belo Horizonte/MG, que preside a Associação dos Motoboys “Sobre duas rodas há uma vida”, entidade criada a partir da morte de um irmão vítima de acidente de trânsito em 1999. É de responsabilidade de Lídio Fernandes o site www.naousecerol.com.br, que disponibiliza aos internautas um acervo de diversas matérias sobre o assunto publicadas em jornais de todo o País.
Nesses sites as pessoas interessadas em avaliar a importância do assunto podem acessar, além de notícias, vídeos e fotografias de cenas fortíssimas de pessoas vítimas do cerol.
Assessoria
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