Nonato explica carta, descarta racha com Cartaxo, fala do destino de Agra e diz que não faz política maniqueísta
O vice-prefeito de João Pessoa, Nonato Bandeira (PPS), abriu jogo, nesta sexta-feira (25), e falou abertamente sobre as motivações que o levaram a encaminhar, essa semana, uma carta a um jornalista paraibano rebatendo os supostos boatos de reaproximação com o governador Ricardo Coutinho (PSB).
Colocando panos quentes sobre as especulações de estremecimento na relação com o prefeito Luciano Cartaxo, Nonato deixou claro que mantém uma boa relação com o chefe do executivo da Capital e garantiu que não existe qualquer tipo de mal estar entre eles.
“A carta que eu enviei ao jornalista foi só uma resposta sobre uma colocação dele de que a não entrada de Luciano Agra no PT significava automaticamente uma aproximação com o esquema do governador Ricardo Coutinho e eu apenas rechacei de imediato essa tese, dizendo que não se faz política de forma maniqueísta”, explicou.
Para Nonato, ‘uma coisa é o ingresso de Agra em alguma sigla sem qualquer tipo de pressão, outra coisa é a nossa postura e o respeito que temos que ter com a administração do prefeito Luciano Cartaxo’.
"Luciano Agra é livre para escolher o partido que vai entrar, de acordo com uma estratégia política clara que não o aprisione, que não o condicione ou não o leve, lá na frente, talvez a apoiar um esquema político que o perseguiu tanto. Como disse certa vez o altivo e coerente vereador Bruno Farias sobre episódio político semelhante da Philipéia: “O treinador da Argentina não pode querer escalar a seleção brasileira”. Nem o da Argentina, nem os amigos portugueses, completaria. Nós já mostramos que não aceitamos imposição, pressão, venha de onde vier. Queremos parceria, jamais subserviência"
Provocado para dizer se estaria insatisfeito com a administração ou até mesmo se haveria estremecimento no âmbito político com o petista, Nonato, de forma curta e clara, respondeu que não.
“Não, não existe nada disso, encerrou Nonato.
*O Maniqueísmo é uma filosofia religiosa sincrética e dualística fundada e propagada por Maniqueu que divide o mundo simplesmente entre Bom, ou Deus, e Mau, ou o Diabo. A matéria é intrinsecamente má, e o espírito, intrinsecamente bom. Com a popularização do termo, maniqueísta passou a ser um adjetivo para toda doutrina fundada nos dois princípios opostos do Bem e do Mal.
VEJA A CARTA ENVIADA POR NONATO BANDEIRA AO JORNALISTA PARAIBANO
"Meu caro Walter Santos,
Confesso que não entendi meu nome citado em sua coluna como parte das tramas maniqueístas e sem conteúdo político-ideológico que permeiam nossa pobre política. Até por acompanhar minha trajetória há uns 30 anos – quando comecei aos 17 como revisor de O Norte e você já despontava no mesmo local como um jornalista promissor que o futuro acabou por confirmar e ampliar – sabes muito bem de minha postura e trajetória. No jornalismo, na política, na vida.
Talvez por estás convivendo diariamente, por força da profissão, com práticas políticas titubeantes, mutantes, inconsistentes, fisiológicas, de gente pulando de galho em galho, trocando cargos e vantagens por amizade e gratidão, é que tendes a misturar ou imaginar que eu possa alternar posições consolidadas por quaisquer cantos das sereias e facilidades que, por ventura, nos seriam apresentadas em determinadas ocasiões.
Caro Walter, só tive um partido político na vida e pertenci também a um único grupo político. Quando deixei esse grupo, onde diziam que eu era ‘primeiro-ministro’, ‘amigo do rei’ e outros exageros do tipo, fui ao governador e entreguei o cargo, as ‘medalhas’ e os congêneres funcionais, justamente por discordar dos métodos e da postura adotados por quem ajudei a colocar no poder máximo na Paraíba.
Fui chamado de “doido” e “acabado para a política” por deixar tudo e partir, conforme disseram, a um vôo cego junto com outros companheiros liderados por Luciano Agra. Essa ‘aventura’ foi aprovada pela população e o resultado todos conhecem. Esse movimento correto e vitorioso não tem titubeios, negociações ou negociatas. É caminho livre, sem volta. Eu ando para frente, de cabeça erguida. Jamais “falando de lado e olhando pro chão”, como canta o mestre Chico Buarque.
Luciano Agra, Roseana Meira e muitos outros valorosos companheiros e companheiras estão nessa caminhada. A gratidão, caro Walter, é a maior virtude do ser humano. Estou com Agra para o que der e vier, em qualquer circunstância, sem condicionamentos. Ele hoje não tem mandato, cargo, caneta, nem tinteiro. Sequer um partido. Contrariando outra máxima de nossa política, não sou e nem serei amigo da casa, mas sim dos donos da casa e de todos os seus moradores e até vizinhos que quiserem e merecerem nossa amizade.
Troco os cargos por encargos, por trabalho, atenção, respeito, carinho. Luciano Agra é livre para escolher o partido que vai entrar, de acordo com uma estratégia política clara que não o aprisione, que não o condicione ou não o leve, lá na frente, talvez a apoiar um esquema político que o perseguiu tanto. Como disse certa vez o altivo e coerente vereador Bruno Farias sobre episódio político semelhante da Philipéia: “O treinador da Argentina não pode querer escalar a seleção brasileira”. Nem o da Argentina, nem os amigos portugueses, completaria. Nós já mostramos que não aceitamos imposição, pressão, venha de onde vier. Queremos parceria, jamais subserviência.
Nossas decisões não são isoladas, mas coletivas e pensadas. Aqui não cabe projetos individuais, familiares, totalitários, nem de partido único. Também consultamos os aliados, pois a vitória e o poder advindo dela devem ser divididos, jamais absolutizados. Desde meninos lá na vossa Torrelândia sabemos: dono da bola que se escala e encerra a pelada no grito, acaba jogando sozinho e, quando marca um gol, não tem um abraço amigo para comemorar.
Agra tem consultado muita gente e precisa ter liberdade antes de tomar a difícil decisão. Está ciente também de sua responsabilidade com quem o ajudou a governar, quem teve altivez, coragem e fez a travessia com ele rumo à vitória. Essas pessoas precisam ser protegidas, nunca pressionadas ou abandonadas.
Quanto à companheira Roseana Meira, observo que existe uma campanha aberta para tentar desqualificá-la, como gestora e como agente política. O maior atestado do excelente trabalho de Roseana à frente da Saúde foi o próprio resultado das eleições, quando os adversários escolheram esse tema como alvo predileto, não encontrando eco fora de uma elite arrogante que não usa e nem precisa desses serviços públicos. Além de séria e competente, é umas das mais aguerridas militantes políticas que já conheci.
Grato pela publicação,
Nonato Bandeira
Jornalista. Atualmente, vice-prefeito da Capital
Márcia Dias/ Henrique Lima
PB Agora
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