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O bônus e o ônus do Governo Ricardo para Cássio e aliados

Mesmo quando um governo vai bem, existem bônus e ônus para os aliados. O bônus vem em forma das benesses que o Governo oferece, como cargos para a acomodação de aliados, facilidade na contratação de convênios e liberação de verbas, dentre outros. O ônus é ter que suportar eventuais críticas que, a depender do grau de popularidade ou impopularidade do gestor; ou de aprovação ou desaprovação de seu governo, pode se tornar ‘fichinha’ ou grande e pesado fardo a ser carregado.

Quando o governo vai bem, não há problemas, pois o fardo é pequeno e todos tiram de letra. Mas quando um governo vai mal, muitas vezes fica insustentável para os aliados ter que carregá-lo nas costas. Mesmo sendo bem aquinhoado no governo, o aliado sofre e, muitas vezes, chega ao ponto de se entregar e não mais querer defender o que, a cada dia, torna-se ainda mais indefensável.

A linha que une os aliados e um governo em constante desgaste é tênue e estica com freqüência e intermitência. Esta relação acaba trazendo problemas graves para o gestor, sobretudo no Poder Legislativo, de quem o Executivo tem uma relação de dependência.

A cada desgaste, a cada avaliação mais negativa, a cada problema enfrentado pelo governo, os reflexos no Legislativo aumentam consideravelmente. E, daí para o governo perder votações importantes e dar ao seu líder um caráter de inoperância é um pulo. É o que ocorre, hoje, na relação entre os Deputados Estaduais da base aliada e o Governo Ricardo Coutinho, na Assembléia Legislativa a Paraíba.

Fora da Assembléia, a relação com aliados também sofre desgaste. E, nos últimos dias, esta situação degringolou, com o racha no PSB paraibano. A saída de Agra do ‘barco’ causou estragos irreparáveis, com o envolvimento de muita gente. Foi um verdadeiro ‘freio de dessarumação’

Mas há um aliado que continua suportando tudo: Cássio Cunha Lima. É certo que Cássio já não mais defende o governo como defendia. É certo que Cássio já critica o governo e o governador em conversas mais reservadas, longe da imprensa, mas bem próximo de quem tem relação com os jornalistas. É certo que os aliados do Cassismo tem a mesma postura, mas vez por outra um ou outro se rebela e abre o jogo publicamente…

Mas é certo, também, que esta relação continua firme e a linha que liga Ricardo a Cássio, mesmo tênue, continua inteira. Porém, o ônus que o Senador tucano tem que pagar é muito grande. O fardo para ele é pesado.

Que Cássio é dono de mais da metade do governo, isto é verdade. Não era, mas há bem pouco tempo, em virtude da ameaça de quebra da relação, Ricardo teve que ceder e entregar majoritariamente o governo a Cássio, nomeando mais aliados e garantindo, assim, a maioria das ações da ‘bolsa do governo’ ao tucano.

O problema é que Cássio tornou-se majoritário num empreendimento que só afunda a cada dia. Se garantir os cargos e a acomodação dos aliados é importante, resta saber se o fardo a ser carregado é suportável ao lombo do tucano ou não. E se esse fardo for pesado demais, ao ponto de comprometer-lhe a saúde política? Só o tempo dirá.


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