Dentre tantas áreas em que o Governo Ricardo Coutinho apresenta uma situação complicada – para não dizer, em vários casos, vexatória – a área de Segurança Pública é a que mais decepciona os paraibanos que votaram no socialista. Justamente porque, nesta área, Ricardo prometeu solução rápida, como atestam os vídeos apresentados nos seus programas eleitorais, entrevistas e debates dos quais participou.
Veja o que diz o então candidato a governador Ricardo Coutinho, num debate sobre segurança pública transmitido pela internet, no dia 25 de setembro de 2010 (vídeo acessado pelo endereço: http://www.youtube.com/watch?v=jeq8TmZRMac
“Em João Pessoa, de 2008 para 2009 aumentou 32% o número de homicídios. Isso é de uma gravidade terrível. E o que é pior: essa onda de violência, essa onda de homicídios, cada vez mais, pega as pessoas mais jovens. Em Campina, dos 101 homicídios nos 200 primeiros dias do ano, 51% eram de jovens até 24 anos. Em João Pessoa, dos mais de 300 homicídios, 39,8% eram de jovens até 18 anos. Ao invés do jovem hoje ter a expectativa de uma educação qualificada, de uma profissão, de uma perspectiva de futuro, ele está encontrando permanentemente com a violência e muitas e muitas vezes com a morte através de assassinato. É fundamental reverter isso”.
Pois bem: até agora, em aproximadamente oito meses de governo, a Paraíba já chega perto dos 600 assassinatos, um número bem superior ao registrado em todo o ano de 2010. Em João Pessoa, o número de homicídios já passa de 350! São mais de 60 assaltos a bancos, ônibus incendiados e dinamite pra tudo o quanto é lado. Sem comentários…
No mesmo vídeo, Ricardo promete: “Eu quero não só pagar melhores salários para exigir mais (…) é preciso que a gente tenha uma melhor condição (…) chegamos ao limite, chegamos ao fundo do poço (…) estão gastando fortunas com coisas que não tem absolutamente nada a ver para a população e, ao mesmo tempo, para as políticas públicas não sobra absolutamente nada. Eu acho que nós precisamos combinar salários melhores, estratégias maiores e melhores de formatação dessas políticas públicas e, ao mesmo tempo, garantir um choque de tranquilidade. Não tem pra onde, tem que fazer isso. E eu vou fazer isso”.
E dá o prazo: “Sendo governador, chamo pra mim a responsabilidade. Eu não vou me esconder atrás de secretário, disso ou daquilo não, a responsabilidade é minha, enquanto governante. Sendo governador, em seis meses, esses índices alarmantes e impressionantes de assaltos a bancos, assaltos a ônibus, homicídios, ou seja, isso vai ter que baixar e vai baixar. Eu vou conduzir isso pessoalmente, junto com o secretário, mas eu quero estar à frente disso, para poder resgatar e devolver à população a tranquilidade necessária. Do jeito que tá ninguém mais agüenta, amigo”.
Então já sabemos, pelo menos, de quem é a responsabilidade direta pelo aumento expressivo nos índices de criminalidade em toda a Paraíba: unicamente do governador e não de secretário ou qualquer outro auxiliar. Já se passaram oito meses e a situação, realmente, mudou: para bem pior!!!
Agora veja o que diz o então candidato Ricardo Coutinho em seu Guia Eleitoral na TV, transmitido no dia 23 de agosto de 2010, acessado na internet pelo endereço: http://www.youtube.com/watch?v=KglwtWRpsX4&feature=related
“Polícia sem balas, viaturas quebradas, delegacias sem delegados. Não é à toa que os índices de criminalidade na Paraíba só crescem. O descaso é total. É preciso ter pulso firme (…). Mas, no meu governo, isso vai acabar”. Aí o locutor entra: “Ricardo vai contratar cinco mil novos policiais”. E o então candidato confirma: “Lugar de polícia é nas ruas. Hoje a Paraíba precisa de, no mínimo, cinco mil novos policiais. Vou contratar, imediatamente, os concursados e fazer novos concursos (…). Assim, daremos um grande salto na segurança, que a Paraíba tanto precisa”. Aí a apresentadora arremata: “Essa é a diferença de Ricardo Coutinho. Quando ele diz que faz, ele faz mesmo”.
Que lástima. Isso é o que se pode chamar de Calote Eleitoral.
