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O descaso do Governo do Estado com órgãos importantes

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É triste ver, na Paraíba, estruturas administrativas comprometidas, inviabilizando o trabalho de servidores e levando prejuízos à população. Se até mesmo na capital que, em tese, deveria ser mais bem vista pelo Governo do Estado, vimos esse tipo de problema, imagine pelo interior.

Em Campina Grande, um exemplo do descaso, da desatenção, da falta de comprometimento e da inoperância do Estado é o escritório local da Sudema. Ele é comandado por gente competente e tem em seus quadros bons profissionais, é verdade. Mas isso, por si só, não garante o seu funcionamento satisfatório. Até mesmo pela quantidade de gente disponível para o trabalho.

De acordo com o Coordenador do escritório da Sudema em Campina Grande, ecologista Roberto Almeida – que, diga-se de passagem, é um homem certo para o lugar certo, pela competência adquirida ao longo de anos de dedicação à causa ambientalista – existem hoje, apenas, dois policiais florestais para dar conta de mais de 60 municípios.

Quando se fala em Sudema, vem logo à cabeça a fiscalização e punição para as pessoas que infringem as leis que regem o meio ambiente. Citemos, como exemplo, a poluição sonora. Se alguém, durante a madrugada, se sentir incomodado com uma pessoa que ligou o som do carro na maior altura (as chamadas ‘boates de otário’), por exemplo, não terá a quem recorrer.

Ou, se o seu vizinho resolver dar uma festinha até tarde da noite e, durante a madrugada, com o teor alcoólico elevado, ele decidir aumentar um pouquinho o volume do som, ao ponto de não deixar você dormir em paz, também não adiantará tentar reclamar. E, quando se aproximam os feriados prolongados, como este da Páscoa, a atenção é redobrada e os problemas, também.

É que o escritório da Sudema em Campina – que, repito, atende a mais de 60 cidades – não tem como implantar um sistema de plantão com apenas dois agentes. O telefone até que existe (3310-6775). Mas o máximo que o reclamante poderá fazer é entrar na onda e curtir o som do vizinho, esperar o dia amanhecer, esperar o início do horário de funcionamento do órgão e reclamar.

Roberto Almeida diz que, mesmo diante das dificuldades, a Sudema tem procurado fazer um bom trabalho. O órgão, nos finais de semana, sempre que pode, se alia às polícias Militar e Civil, Ministério Público, STTP, CPTran e outros, para a realização de operações que resultam, sempre, na apreensão de veículos cujos proprietários teimam em desrespeitar a lei e o direito do descanso dos outros.

Influência política – Outro problema enfrentado pela Sudema é a tentativa de interferências externas para coibir a ação do órgão. O Coordenador afirmou que é frequente, nos caso de fiscalização e aplicação de multas, aparecer alguém que tente solucionar a questão com interferências políticas. “O que já apareceu de político, família de político, assessor de político, amigo de político para evitar que a gente faça as apreensões, não está no gibi”, disse ele.

Almeida também orienta as pessoas que se sentirem prejudicadas em seu direito durante a madrugada, na impossibilidade de ligar para a Sudema (porque não terá quem atenda ao telefone), a ligar para a Polícia Militar. “Aí, no dia seguinte, a Polícia Militar nos passa a ocorrência e a gente toma providências”, disse ele.

O Coordenador lembrou que um outro fator que prejudica o pleno trabalho do órgão é que a Sudema não faz apenas fiscalização. “A Sudema também faz vários tipos de licenciamento, como desmatamento, abertura de emissoras de rádio, construção de prédios, pontes, barragens, estradas, dentre outros”.

Ele elogiou o trabalho dos órgãos que trabalham em conjunto com a Sudema e disse que, graças a esse trabalho em parceria, as ações tem fluído, mesmo diante das dificuldades. “Se não fosse esses órgãos a gente não ia a lugar nenhum”.

“O coco é seco” – Mesmo com as dificuldades, Roberto Almeida afirma que não há corpo mole, quando há condições de efetuar o trabalho. “Quem tiver seu carro ligado com som alto, o coco é seco, meu irmão. A gente não alisa ninguém não. Quando saímos nos finais de semana para realizar operações, se o cara engrossar, bota a pulseira (algema) e leva”, disse ele, referindo-se ao apoio da Polícia Militar.

“O comandante Souza Neto “do Segundo Batalhão de Polícia Militar” tem nos dado um grande apoio nas ações”, complementou o Coordenador, em conversa com o Blog Carlos Magno.

O exemplo da Sudema é visto em vários órgãos estaduais, Paraíba afora. Geralmente, estes órgãos tem gente competente, mas a falta de estrutura e de compromisso do governo tem prejudicado as ações. E, para a felicidade dos que teimam em infringir a lei, quem sai prejudicado é sempre o cidadão. Lamentavelmente…

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