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O discurso de Barbosa

Conheci Ricardo Barbosa há 22 anos. Era o começo de uma tarde do dia 6 do mês de março de 1987, nas ruas de Campina Grande.

Foi durante o velório do tribuno Raimundo Yasbeck Asfora, então eleito vice-governador do Estado, como companheiro de chapa do também já falecido Tarcísio de Miranda Burity (ambos do PMDB).

Ricardo era Assessor Especial de Gabinete do – na época – prefeito municipal de Campina, Ronaldo Cunha Lima, recentemente anistiado politicamente pela então moribunda Ditadura Militar, instaurada no Brasil pelo Golpe de 1964.

Cássio não existia

Naquele tempo, ninguém sequer ouvia simplesmente falar em Cássio na cidade de Sapé, onde aos meus 24 anos de idade, exercia o cargo de Chefe de Gabinete do prefeito José Feliciano Filho, em seu primeiro mandato eletivo. Ele – o menino de Ronaldo – ainda não existia, politicamente falando.

Fui à Rainha da Borborema representar minha “Terra de Augusto dos Anjos” e todos os nossos colegas de PMDB (sigla da qual eu era o secretário-geral do diretório municipal sapeense) no funeral de Asfora, levando uma coroa de flores, que foi colocada no alto do carro do Corpo de Bombeiros que transportou o caixão dele até o cemitério do Monte Santo, onde o corpo foi sepultado, ao anoitecer.

Destaque desde rapaz

Vi que no meio de tantas figuras importantes presentes às exéquias, Ricardo se destacava, se sobressaindo não somente por sua altura física avantajada, mas pelo seu típico comportamento agitado, afeito a liderar naturalmente as situações tensas que de vez em quando sobrevêm no cenário político paraibano.

É essa a primeira imagem que eu guardo dele, no recanto mais remoto da minha memória.

Jovem de presença

Confesso que fiquei surpreso, curioso e até certo ponto magnetizado pela força invisível que emanava daquele rapaz moreno alto que organizava o cortejo, que orientava a imensa fila de pessoas que queriam a todo custo adentrar ao Salão Nobre do Palácio do Bispo (sede oficial da prefeitura campinense).

Dizem que a primeira impressão é a que fica definitivamente gravada em seu pensamento, toda vez que você se refere a alguém, no presente e no futuro.

Na tribuna da Assembleia

Pois bem, voltei a ficar novamente atraído pelo discurso de reentrada de Ricardo no plenário da Assembléia Legislativa, da qual esteve afastado desde a cassação do ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB), em fevereiro deste ano que se finda.

Estranhei a súbita mudança de tom em relação ao seu ex-amigo-fraterno Cícero Lucena, aparentemente criticado por ele, mas de uma forma que Barbosa prefere manter na lembrança boa do passado e não na amargura partidária do presente.

Em outros tempos

Ricardo bateu em Cícero? Bateu, sim senhor.

Mas tudo isso deve estar machucando sua alma, porque se eu conheço bem a sensibilidade dele, sei que quando faz isso – forçado pelas circunstâncias atuais impostas pela natureza controversa da disputa eleitoral paraibana – Barbosa se autoflagela, magoando também suas recordações do tempo em que foi Assessor Especial do então ministro-chefe da Secretaria de Políticas Regionais da Presidência da República, em Brasília-DF.

O titular desse cargo era o hoje senador Cícero, que também tinha como Secretária Executiva a engenheira Aracilba Rocha, agora igualmente adepta da pré-candidatura a governador do prefeito da Capital, Ricardo Coutinho (PSB). Cícero costumava chamar os dois pelos seus diminutivos, assim: “Bibinha” e “Ricardinho”.

Mudança de opinião

Acho que o senador tucano já deve ter revisto seus conceitos a respeito de Ricardo e Aracilba, mas também igualmente deve estar magoado, pois – afinal – de discurso em discurso, cada pronunciamento do mesmo tipo desse, proferido nesta sexta-feira, vai destruindo suas antigas amizades, construídas em cima de fatos considerados por muito tempo como sendo provas indestrutíveis de sinceridade.

E isso tudo destroça bastante a alma de qualquer cidadão de bons costumes.

Dupla do barulho

Depois de ter batido boca no ar, ao vivo, com o Chefe de Gabinete do prefeito socialista Ricardo Coutinho, Nonato Bandeira (PPS), durante entrevista concedida aos radialistas Fabiano Gomes e Nilvan Ferreira no programa “Rádio Verdade”, na Arapuan FM (do qual fui titular durante oito anos, até ser substituído pela dupla vinda de Cajazeiras a convite do empresário João Gregório, com aval do ex-governador Cássio Cunha Lima), o deputado federal Manoel Júnior (PMDB) foi almoçar com o ex-vereador e ex-secretário de Administração da prefeitura municipal de João Pessoa, Francisco de Paula Barreto Sobrinho.

Foram juntos – é claro – reunir mais munição para detonar o prefeito Ricardo Coutinho.

Chiadeira nos caixas

Houve um princípio de tumulto nesta sexta-feira, logo cedo da manhã, em vários locais de pagamento dos servidores públicos estaduais. O problema foi gerado pela falta de abastecimento de dinheiro em vários caixas-eletrônicos do Banco do Brasil.

Batidas de cabeça

Muitos servidores também não estavam ainda acostumados a lidar com as novas senhas e diferentes procedimentos de acesso às suas contas recém-criadas especificamente para receber o crédito do 13º salário, demorando uma verdadeira eternidade na fila de atendimento.

Dinheiro velho

Inúmeros funcionários chiaram com a quantidade de notas velhas colocadas em circulação pelo BB, para poder suprir a necessidade de maior número de cédulas trocadas de baixo valor, em cada saque, como aquelas antigas de R$ 10,00 feitas de plástico, que andam atualmente tão desgastadas que dificulta até mesmo a sua identificação, além de suscitarem perguntas a respeito da sua validade no comércio, ou não.

Tudo isso, sem falar nas notas rasgadas pelo uso constante nos cashes automáticos e o cheiro de mofo devido ao grande período em que permaneceram guardadas dentro de algum cofre-forte, em ambiente escuro e úmido, propício para o surgimento de fungos e bactérias.

Álcool gel X gripe suína

Sugiro aos barnabés lavarem as mãos com álcool em gel, depois de cada ida aos caixas do Banco do Brasil, igualzinho ao que todo mundo fazia alguns meses atrás, quando houve aquele primeiro surto de gripe suína (vírus H1N1) no País.


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