Nesse domingo, o jornal The New York Times publicou um editorial sobre o desmonte da Operação Lava Jato pelo Supremo Tribunal Federal, intitulado: “Um caso de corrupção que se espalhou pela América Latina está sendo desfeito”.
Segundo o jornal, a Operação Lava Jato, que revelou um esquema de suborno que abrangeu pelo menos 12 países, está sendo silenciosamente eliminada. Alegando violações ao devido processo legal, o STF está descartando evidências, anulando condenações e suspendendo bilhões de dólares em multas.
Mesmo diante de confissões de culpa com prejuízos bilionários, o STF anulou inúmeras condenações. As decisões agora estão se espalhando pela América Latina, alcançando países como Peru, Equador, etc. A destruição da Lava Jato representa o fim de uma potencial mudança na América Latina que prometia erradicar a corrupção sistêmica.
O jornal constata que “a maioria das decisões para reverter a Operação Lava Jato foi emitida por um único ministro do Supremo Tribunal Federal, José Antonio Dias Toffoli”. O problema é que esse ministro foi advogado do Partido dos Trabalhadores, que esteve no centro das acusações.
O ministro Toffoli abriu o Inquérito das Fake News, censurando reportagem da Crusoé, e abriu uma investigação criminal sobre a Transparência International após ter sido criticado por reverter as decisões da Lava Jato.
O próprio ministro Toffoli foi mencionado nas investigações por Marcelo Odebrecht como “amigo do amigo de meu pai”. Como um magistrado tão comprometido poderia anular tantas decisões e provas contra investigados?
Trata-se do fim deprimente da mais promissora tentativa de reprimir a corrupção sistêmica na América Latina. Tudo mudou para ficar igual.