Um escárnio. Assim defino a atitude da bancada federal paraibana sobre a decisão de não abrir mão do chamado auxílio-mudança. Exceto a senadora Daniella Ribeiro, que abdicou do generoso benefício, cada parlamentar da nossa combalida Parahyba do Norte vai receber nada menos que R$ 33,7 mil nesse início de mandato. Isso mesmo!
O aparato legal, mas com ares de pura injustiça social, foi criado em 2014, por meio de um decreto legislativo. Outro dispositivo pouco palatável, diria de sabor ruim para a democracia, reside no fato que parlamentares reeleitos têm direito a receber o quantitativo multiplicado por dois
É isso mesmo! Você não leu errado. Os reeleitos recebem em dobro. Ou seja; o valor referente ao fim do mandato anterior mais o valor do novo mandato. No caso específico da Paraíba, as algibeiras de alguns parlamentares tornar-se-ão mais volumosas. Diria duplamente mais volumosas.
Nesse carnaval, sem espaço para pierrôs ou colombinas, os “mascarados” do grande baile perfumado são os deputados federais Aguinaldo Ribeiro, Dr. Damião, Efraim Filho, Hugo Motta, Pedro Cunha Lima e Wellington Roberto, além dos senadores José Maranhão e Veneziano Vital do Rego, esse último figurava em Brasília na condição de deputado na legislatura passada.
Solicitada a devida licença poética e metáfora comparativa, nossos “ingênuos representantes” se assemelham a Caronte, braço direito de Hades, deus grego do submundo. Caronte é o barqueiro que carrega as almas dos recém-mortos. Ele cobra algumas moedas aos familiares do defunto pela travessia dos rios que separam a vida e a morte.
Nossos parlamentares utilizam de expediente similar ao de Caronte. Não importa se a sociedade está à beira da morte ou se já faleceu. O que vale, a cada “remada” dada pelos congressistas, é a unidade monetária que irá receber no início da “travessia”, não importando de onde virá o óbolo ou o destino do povo.
Eliabe Castor
PB Agora
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