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Opinião: A pandemia é uma questão de saúde pública. Mas é difícil não politizar o assunto. Afinal…

Um dos aspectos mais negativos da pandemia que se abate sobre o mundo, com a proliferação do novo coronavirus é a conotação político-partidária que se dá à discussão sobre tão relevante problema. Perde-se energia e foco, ao mesmo tempo em que se distancia das providências necessárias.

Mas neste Brasil dividido de hoje em dia, é muito difícil não politizar o tema.

Motivo

Primeiro porque a nossa maior autoridade, Jair Messias Bolsonaro, o presidente da República, a quem compete agir com responsabilidade, bom senso e cuidado com a segurança e a saúde do o povo que representa, é o primeiro a provocar polêmicas sobre o assunto.

O mundo inteiro decidiu seguir a orientação da Organização Mundial de Saúde e das maiores autoridades no assunto, adotando o isolamento social. No Brasil, o Ministério da Saúde insiste nesta tese, alerta para a gravidade do problema que pode assumir proporções fora de controle se as pessoas não ficarem em suas casas por um tempo necessário.

O contrário

Ai vem o presidente da República, Jair Bolsonaro, de forma absolutamente irresponsável, desmoraliza todo o discurso do Ministério da Daúde de seu próprio governo, e sai às ruas, às feiras livres de Brasilia, para fazer média para o seu gado.

Não dá outra: a polêmica toma conta do país e a discussão se torna política, com a grande maioria indignada com tamanha aberração, e uma outra quantidade de gente que procede como boi orientado pelo berrante presidencial, oferecendo apoio.

Desumanidade

As pessoas estão cada vez mais se tornando desumanas. A propósito da morte prematura do filho do empresário da Comunicação, Eduardo Carlos, não foram raras as postagens deselegantes e desrespeitosas veiculadas em grupos de Whatsapp.

Em cada uma delas denota-se um ranço notório de alguns com as classes mais abastadas, como se a morte prematura do rapaz fosse uma recompensa para aqueles que não obtiveram tanto sucesso na vida.

É lamentável

Oportuníssimo

A coluna transcreve um texto com uma oportuníssima reflexão sobre a pandemia do Coronavirus, da autoria de Andressa Andrade. Vamos lá:

Corona Virus ou a fome?

Por Andressa Andrade

O problema do brasileiro é achar que tem que ESCOLHER um ou outro.

Eu nunca vi tanta gente burra e egoísta reunida. Especificamente, os que carregam sentimentalismo e tesão descomunal por políticos. Parem de idolatrá-los. Política não se ama, se cobra. Se fiscaliza.

Desumano esse “meme” botando o pobre com geladeira vazia como se fosse melhor e mais suportável o Coronavírus.
Chega de escrever com “letra maiúscula” que o povo precisa trabalhar.

Vocês gozam e chamam de fenômeno um Governo que foge amplamente da responsabilidade. Que anunciou uma medida de cortar salário dos trabalhadores por 4 meses e voltou atrás dizendo que “não leu direito”. Que em plena crise, minimiza a situação real, que organiza manifestação e esconde o próprio exame médico. Que anuncia com orgulho (e não com vergonha), o auxilio de 200 reais por mês para os informais e se isenta da “quebradeira” econômica.

O retardo mental de vocês não tem limite, não?!

Parem de culpar o colega que está em casa tentando evitar o contágio e também não colapsar o sistema de saúde e comecem a CULPAR, a COBRAR o alvo certo: O governo. O Estado. O retorno do teu imposto!

O Brasil tem mais de 350 bilhões de DÓLARES em reservas internacionais. Sabe o que é isso? Vou te explicar: é um ativo em moeda estrangeira, um seguro para crises cambiais. Um dinheiro nosso. Sim! É uma grana nossa parada lá.

Guedes e Bolsonaro usaram 37 bilhões recentemente para conter ainda mais a alta do dólar. Mas para salvar sua vida, sua família ou sua empresa? O seu MITO some.

Age igual palhaço enquanto você tá aí nas redes sociais rindo das idiotices dele e gritando igual um asno. Sabe o fundo eleitoral? Outra grana também. Sem contar na possibilidade de ajudar os pequenos e médios empresários com empréstimos bancários a juros irrisórios ou nulos com primeiro pagamento daqui 6 meses, botando o próprio Banco Central como fiador. Achou a medida justa? Pois é. Vários países já o fizeram. E aqui, o que Guedes fez?! Há três dias, pegou 1,2 trilhão de reais e disponibilizou aos BANCOS. Logo eles que a cada crise, batem recordes de lucro.

Que MITO, heim?!

E lá vai uma pergunta para as mentes bolsomínicas:
O Presidente não gosta tanto de imitar os EUA?
Então, bolsominion, chegou a hora!

Ontem, o Governo americano anunciou o uso de 2 TRILHÕES DE DÓLARES deste mesmo fundo, para auxiliar trabalhadores, empresas e sistema de saúde. Não foi para os Bancos, não.

Serão pagos 500 bilhões de dólares para ajudar as indústrias afetadas. U$ 350 bilhões para pequenas empresas e 250 bi para o auxílio-desemprego, e uma ajuda de até 3 mil dólares por mês para cada família necessitada nos EUA.

Precisa desenhar ou já entendeu que agora é hora do Estado te acudir? Que até os ultraliberais como os americanos estão bancando e não criando memes ridicularizando os coitados, como nós?!

Antes de esbravejar igual um asno, pense nos teus filhos, na tua família, na tua saúde e saiba: Mesmo com o isolamento, os infectados estão lotando os hospitais. Em Uberlândia, médicos e enfermeiros estão lavando as próprias luvas porque não há material de proteção. Se você quer pressionar a volta ao trabalho, e não a porra do Governo, ok. Tudo certo! Bora lá! Mas quando todo mundo se contaminar ao mesmo tempo e ter a necessidade de um hospital, tenha a decência de não ir e deixar os respiradores e UTI’s para quem tentava se proteger e lutava para FICAR EM CASA.

 

Wellington Farias

PB Agora

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