Por achar muito procedente os questionamentos embutidos no texto, a coluna transcreve reflexões e escritos da lavra da jornalista e professora de Comunicação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Joana Belarmino.
Profissional das mais qualificadas, de credibilidade e referência para gerações de jornalistas paraibanos, Joana produziu o seguinte texto:
“A Notícia dentro da Notícia
O Fantástico (programa dominical da Rede Globo de Televisão) traz uma matéria incriminatória contra o ex-governador Ricardo Coutinho, e, no meio da reportagem, a informação de que o empresário (Daniel Gomes, ligado à Cruz Vermelha do Rio Grande do Sul) gravava o político desde 2010.
Notem que, na reportagem, o ex-governador é tratado como chefe de uma organização criminosa, e os seus secretários são qualificados como comparsas.
Digam-me então: O empresário, qualificado na reportagem como empresário, queria as licitações, queria o controle dos hospitais, teve tudo isso, e gravava por que? A que grupo político ele atendia? Que arapuca teceu, com tanto cuidado, a mando de quem?
A história se repete, ora como farsa, ora como tragédia. Eu diria mais: aqui na Paraíba, a história brasileira dos últimos anos se repete como farsa e tragédia. A Paraíba que a organização liderada por Ricardo Coutinho ergueu pode estar ruindo agora, tragicamente.
Lembram-se do quadrilhão do Pt? Depois que a mídia fez o espetáculo, depois que a justiça e a política sórdida ergueram seus tentáculos e desobstruíram o caminho, as milhares de páginas do quadrilhão ganharam o mofo do arquivamento. Na Paraíba, a história repete-se como farsa e como tragédia, e, com os mesmos clichês, a justiça, a política e a mídia querem desobstruir o caminho. Deus nos livre do que pode vir a ser o nosso devir em 2020”.
Valores
Realmente, é no mínimo curioso que nas reportagens quase todas o tal Daniel é tratado por empresário, e o ex-governador Ricardo Coutinho como chefe de quadrilha.
Wellington Farias
PB Agora