Nilvan Ferreira tinha tudo para apoiar Pedro Cunha Lima ao governo do estado da Paraíba neste segundo turno, isso se notava claramente pela suavidade entre os dois nos debates do primeiro turno, no entanto, optou pela neutralidade. A política é dinâmica e os interesses pessoais correm soltos.
Não é que em um encontro lá no sul do país logo após o segundo turno, houve um cochicho de pé de orelha entre Lula e Veneziano Vital, que ficou em quarto lugar ao governo do estado, algo que ficou decidido.
Não é que de repente o menino Vené desce à Paraíba e adere a campanha de Pedro Cunha Lima ao segundo turno. Apoio político, principalmente quando se está em apuros, não é rejeitado. Pedro Cunha Lima, que no primeiro turno namorou a Simone Tebet (MDB), Ciro Gomes (PSB), agora, dando uma de neutralidade, que de neutralidade não tem nada, resolve dar uma piscadinha para o Lula.
Nilvan Ferreira foi coerente em sua decisão e mostra que ainda existe caráter firme para ser derramado à vista de quem lhe deu 400 mil votos para governador pelo estado da Paraíba. Parabéns, Nilvan.
O Sérgio Queiróz não tomou o mesmo caminho e decidiu embarcar na classe social onde ele está inserido. Ele veio a entender que, depois de um quarto lugar obtido para o Senado, que uma andorinha só não faz verão. Quem entra na chuva tem que se molhar, na verdade, você não pode viver num mundo seleto e de sonhos, numa política como a brasileira.
Sérgio não expressa, porém, ele traz resquícios um pouco amargo de Bolsonaro e seu grupo. Quanto ao abandono que deram à sua campanha na Paraíba, entendemos que Bolsonaro pertence ao (PL) e Sérgio, até então, pertencia ao PRTB, no entanto, havia outras formas desse apoio ter chegado até ele.
Sérgio resolveu apoiar Pedro Cunha Lima que está em cima do muro e que vai ficar com qualquer dos dois candidatos à presidência que ganhe essas eleições, não importando sua linha política ou ideológica.
Creio que 30% do eleitorado do Sérgio não engolirá essa sua decisão e não o acompanhará nessa empreitada, porém, a decisão já foi tomada. Agora é Sérgio orar mais intensamente para Bolsonaro ganhar as eleições, pois, se Lula ganhar, Sergio ficará altamente arranhado diante do seu eleitorado. Se Bolsonaro ganhar, o arranhão será menor, porém, se Sérgio pensa daqui a dois anos sair como candidato à prefeitura de João Pessoa, terá dificuldades de se enfrentar com o caboclinho Nilvan Ferreira que, nesse momento, jogou claro diante dos olhos de seu eleitorado. Na verdade, o que você planta hoje, colherá os frutos amanhã. Essa é a realidade, é a lei da vida!
Elcio Nunes
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