“Aos amigos os favores, aos inimigos a lei.” Esse parece ser o discurso implementado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), e seus adeptos. A frase citada vem do filósofo político, historiador, diplomata e escritor italiano, autor da obra-prima “O Príncipe”, Nicolau Maquiavel, que viveu e produziu entre os séculos XV e XVI.
Suas controversas ideias, principalmente sobre o Estado e como o governante deve conduzi-lo, pondo a “mão de ferro” no ponto de apoio aos interesses pessoais e políticos próprios foram e são seguidos até os dias atuais, em especial aqueles gestores públicos que buscam perpetuar seu poder a todo custo.
E assim observo o “crime e castigo” que o deputado federal Julian Lemos (PSL) vem passando por ter rompido com Bolsonaro. Foi ele um dos principais articuladores da eleição do presidente, não só na Paraíba, mais saindo das divisas estaduais.
Como recompensa, teve o “aval” e o apoio direto de Jair Bolsonaro para sua eleição. Flutuou e surfou na onda bolsonarista, ocupando, hoje, um assento na Câmara dos Deputados.
O crime de Julian Lemos? Não concordar com os rumos políticos adotados pelo clã Bolsonaro, até chegar a uma ruptura completa com os integrantes da família. Seu castigo? Não ter mais o aporte eleitoral do “mito”, o que coloca em risco sua reeleição. E os primeiros golpes já estão surgindo contra o parlamentar liberal.
Seu companheiro de sigla, o deputado estadual Cabo Gilberto – que segue a linha do presidente – já sinalizou a disposição de ser postulante à Câmara Federal nas eleições de 2022, em um claro rompimento com Lemos. Pela lógica, os bolsonaristas, seguindo a cartilha do chefe do Executivo brasileiro, buscarão anular com punho de aço aqueles que ousaram desafiar o ex-capitão.
Neste caso específico, o desafiante foi Julian Lemos. Em breve resumo, Bolsonaro, que ainda busca uma agremiação política para se filiar, estando na lista o Patriotas e o Progressitas, colocará em prática o pensamento de Maquiavel, dando espaço amplo para seus amigos, e a lei do “desprezo” e perseguição para os inimigos.
Lemos, um dia fiel escudeiro do ex-capitão, será, melhor dizendo, já está sendo “penalizado” pela “Gestapo” bolsonarista. Ou alguém tem duvidas?