No embate eleitoral desse ano, a cidade de Pedras de Fogo faz jus ao nome que carrega. As pedras em jogo colocaram fogo na campanha desse ano, sobretudo após este último final de semana em que foram divulgados com exclusividade pelo portal PB Agora os primeiros números da corrida eleitoral no município, apontando o candidato de oposição, Dr. Júnior (Solidariedade), na dianteira, enquanto o candidato da situação, Lucas Romão (Cidadania) aparece em segundo.
O clima que já era acirrado piorou ainda mais com o pedido de impugnação protocolado nesta segunda-feira (05) pelo Ministério Público Eleitoral contra o registro da candidatura de Lucas Romão (Cidadania) – que, por sua vez, é sobrinho do atual prefeito Dedé Romão.
A acusação é a de que Lucas teria ocultado bens nas declarações entregues à Justiça Eleitoral. O questionamento foi protocolado pelo promotor Marinho Mendes, da 44 ª Zona Eleitoral, que também alega que o postulante vinha sonegando informações à Receita Federal, o que configuraria o delito de sonegação de tributos.
Mas a confusão em Pedras de Fogo não parou por aí. O dia depois da divulgação da pesquisa ganhou um novo capítulo, dessa vez com troca de acusações de ambos os lados, e também agressões físicas mútuas entre os integrantes das duas militâncias.
Em uma delas, um dos secretários da gestão municipal é acusado de agredir fisicamente e verbalmente um jovem de 16 anos que ouvia, na calçada de casa, músicas do adversário no momento que ocorria um evento de Lucas Romão. O caso foi parar na polícia, com registro do Boletim de Ocorrência e entrega de imagens do ocorrido.
Já do lado do candidato Dr. Júnior, há também relatos e vídeos em que supostos seguranças do candidato teriam cercado o irmão do candidato Lucas Romão, feito ameaças e até quebrado o vidro do carro.
A situação na cidade está ganhando formas tão preocupantes que até mesmo a convocação de tropas federais para acalmar os ânimos do eleitorado está sendo cogitada.
O dia depois da pesquisa PB Agora/Datavox chegou e modificou o cenário na cidade.
Na contagem regressiva para o 15 de novembro, o inimigo agora são os números.
O PT sem Ricardo
A decisão da justiça eleitoral que homologou o registro de candidatura do Partido dos Trabalhadores à prefeitura de João Pessoa não modifica tanto assim o futuro do partido nas eleições desse ano, mas estremece o relacionamento no partido, sobretudo pela insurgência por parte da executiva municipal em não obedecer às deliberações da executiva nacional. O PT sem Ricardo é só o PT.
Ricardo sem o PT
Já a ausência do PT na chapa majoritária traz para Ricardo consequências preocupantes para as eleições municipais desse ano. Apesar de focar 100% sua campanha no universo digital, Ricardo sabe que os preciosos segundos do partido do ex-presidente Lula atingem uma massa que ainda é adepta ao noticiário televisivo e que pouco se importa com as redes sociais. Ricardo sem o PT é metade. Ele sabe que para construir o telhado, primeiro é necessário cuidar do piso. Uma construção não se sustenta apenas com um único alicerce. A força deve ser distribuída, caso contrário o desmoronamento é inevitável.
O Pulso ainda pulsa
Apesar de estar sozinho, sem partidos aliados, a força de Ricardo ainda incomoda e deixa os adversários de orelha em pé, tanto é que ele foi o candidato mais cutucado pelos adversários nos pedidos de impugnação de registro de candidatura protocolado na Justiça Eleitoral em João Pessoa. O socialista foi impugnado por Anísio Maia sob o argumento de que havia irregularidade na formação do Diretório Municipal do PSB, que estaria inapto no momento da convenção. O ex-gestor foi impugnado também pelo Ministério Público Eleitoral, sob o argumento de não quitação eleitoral
Na Rainha da Borborema
O primeiro embate televisivo entre os candidatos à prefeitura de Campina Grande nesta segunda-feira (05) promete dar o tom da campanha eleitoral na cidade que, por sua vez, está morna, perto de ficar fria. Propostas, ataques ou troca de acusações, fatos políticos, eventos de campanha – nada está chamando a atenção até agora.
Do litoral ao sertão
Nessa época de campanha o que se vê bastante é a religiosidade aflorada do litoral ao sertão. Vez por outra políticos paraibanos aparecem ajoelhados em frente às igrejas ou dentro delas para fazer pedidos de poder ao todo poderoso.
Nem aí!
Além de pedir para garantirem o poder pelos próximos quatro anos, os pedidos também devem ser de saúde, já que os políticos não estão nem aí para o coronavírus. Abraçam populares, beijam, se reúnem no meio da multidão como se fossem imunes à infecção.
Que Deus o tenha
Os candidatos de hoje correm o risco de serem eleitos e deixarem a vaga para seus sucessores, já que o coronavírus não escolhe alvo, virou uma roleta russa que nesta campanha muitos estão dispostos a arriscar.
Márcia Dias
PB Agora