Definitivamente tem algo de estranho acontecendo na direção estadual do PL da Paraíba. Dias após o candidato a senador e filho do presidente estadual da legenda, Bruno Roberto, ser visto fazendo campanha com Pedro Cunha Lima (PSDB), adversário do candidato a governador do PL, Nilvan Ferreira, Bruno resolveu simplesmente se ausentar do último debate com os candidatos a senador importante da TV aberta.
A justificativa: participar do culto da Santa Ceia da Assembleia de Deus na Paraíba. Para ele, um momento importante de demonstração da sua fé e de congregação com pessoas que comungam das mesmas crenças que ele. Nada demais, não fosse o fato de ele saber, já com antecedência, tanto do debate quanto do calendário eclesiástico da igreja. Portanto, ele poderia ter recusado ir ao debate na hora em que o mesmo foi marcado e não confirmar através de sua assessoria, evitando questionamentos sobre uma suposta outra razão do não seu comparecimento.
A impressão que dá é que ele próprio desistiu de sua candidatura, ao ver que não passa dos 5% faltando pouco mais que três semanas para o dia da votação, mesmo tentando a todo custo emplacar no imaginário do eleitor paraibano que ele é o senador de Bolsonaro na Paraíba. Que ir ao debate só iria lhe fazer ‘queimar’ a imagem, ele que foi tão massacrado nos debates que participou em uma eleição na qual a toalha já foi jogada.
Enquanto isso, rumores dão conta de que ele; seu pai, o candidato à reeleição como deputado federal e presidente do PL da Paraíba Wellington Roberto; e o seu irmão, o candidato à reeleição a uma vaga na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), Caio Roberto, abandonaram os candidatos bolsonaristas do PL e já estão alinhados com Pedro e Efraim Filho, candidato a senador do União Brasil e membro da chapa encabeçada pelo tucano.
Isso explicaria, inclusive, a demora no repasse dos recursos para os candidatos do PL na Paraíba. Até agora, a exceção de Bruno Roberto, que recebeu apenas R$ 20 mil, ninguém viu a cor de um centavo sequer. Seguindo a tese do ‘abandono branco’ da candidatura dos bolsonaristas, teoriza-se que Wellington Roberto está guardando a chave do cofre para investir apenas na sua eleição e na eleição de Caio, as duas únicas que estariam “garantidas”.
E o alinhamento com Pedro e com Efraim, seria uma questão estratégica: ficar do lado dos prováveis vencedores nas eleições deste ano e, na medida do que for possível, se aproveitar das bases eleitorais deixadas pelos mesmos, que disputaram e venceram as eleições para deputado federal em 2018.
Será que Nilvan, Cabo Gilberto e Walber Virgolino confiaram cedo demais na Família Roberto e pagarão o preço de uma traição? Veremos nas cenas dos próximos capítulos.
Feliphe Rojas
PB Agora
