A política é regida pela arte das negociações, e ninguém se elege só ou governa como um rei absolutista. Não, pois há o fisiologismo, diplomacia e alianças costuradas, residindo nelas uma série de compromissos. E tal expediente em grau maior ou menor é executado em todos os países democráticos.
Agora vejamos o curioso caso da Paraíba. Por décadas, quando o poeta e ex-governador do Estado, Ronaldo Cunha Lima, ainda estava com vida, Campina Grande sempre esteve em evidência, seja no cenário das eleições proporcionais, como nas majoritárias. Mas foi perdendo forças após o falecimento do patriarca Cunha Lima.
Seu último governador – falo de um representante campinense – foi o tucano Cássio Cunha Lima, mas sequer concluiu seu segundo mandato. Ocupou o Palácio da Redenção entre os anos de 2003 e 2009. Reeleito em 2006 numa disputa acirrada com o emedebista José Maranhão – natural de Araruna – foi cassado e perdeu o mandato em 2009.
A cassação
Cunha Lima foi cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TER) em 2008, por estar supostamente ligado ao rumoroso “Caso FAC”, sendo confirmada a cassação pelo Tribunal Superior eleitoral (TSE) em 20 de novembro de 2008. Após julgamento de embargos impetrados ainda em 2008, teve seu mandato cassado em definitivo no dia 17 de fevereiro de 2009.
Daquele ano em diante Campina Grande e seus líderes políticos não mais ocuparam o cargo de governador. E excluindo Maranhão, que não é de João Pessoa, os dois últimos chefes do Executivo estadual são pessoenses. Falo de Ricardo Coutinho (PSB) e, atualmente, João Azevêdo (Cidadania).
Agora Campina Grande terá, mais uma vez, a chance de provar sua força política. E quando falo – agora – estou a mirar no pleito de 2022. Da Rainha da Borborema dois nomes de peso já informaram que estão dispostos a encarar o desafio.
E aí estão o ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD), e o deputado federal Pedro Cunha Lima. Ambos da mesma família. Resta saber como será essa equação, a fim de indicar, na hora exata, o nome mais viável para a disputa futura ao governo do Estado.
Em João Pessoa é certo o nome de Azevêdo, que irá buscar sua reeleição. Já correndo por fora estão o ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo – que precisa entender como falei no início do texto – que alianças políticas são fundamentais para um êxito eleitoral, além do deputado estadual Cabo Gilberto (PSL), que nasceu na grande João Pessoa, propriamente no município de Santa Rita.
Bem, o cenário começa a se desenhar, mas é cedo para dizer quem sairá vitorioso em 2022. Campina Grande ou João Pessoa. E aqui só um adendo: outros pretendentes de peso podem surgir vindos de outros municípios. Agora e esperar e acompanhar os desdobramentos futuros.
Eliabe Castor
PB Agora