“A política é a arte do possível. Toda a vida é política”. A frase não é minha, mas do escritor e poeta italiano Cesare Pavese. Combatente antifascista, foi um calo para o ditador Benito Mussolini. Mas isso a história conta. O que observo aqui é a genialidade do seu pensamento. Muito atual!
De fato, a política é a arte do possível. E somos, como bem disse Aristóteles, filósofo grego e discípulo de Platão: “Somos seres políticos por natureza!”. É claro que o contexto não pode ser levado de forma concreta para os dias de hoje. Mas a essência sim.
Na filosofia, política é algo bem mais profundo, que não pretendo se estender. Caso assim optasse, o texto ficaria enfadonho. Mas posso pegar uma “carona” em Pavese e falar, com a boca escancarada e cheia de dentes na outra margem da linha. No outro parágrafo.
A política é sim a arte do possível, cuja prova reside no ex-presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), Ricardo Marcelo (sem partido). Foi o homem, nascido em Belém, deputado estadual. Parlamentar estadual entre os anos de 2003 e 2019, estando na presidência da ALPB em 1º de fevereiro de 2007 até três de maio de 2010. Não é pouco!
E para a surpresa de todos, resolveu pedir “aposentadoria”. Agora, como a fênix, pássaro mitológico que ressurge das cinzas, põe suas asas a bater e colocar seu nome à disposição dos partidos políticos para ser candidato a uma vaga na Câmara Federal.
Não se sabe ao certo que tal ato o levou a “despertar” do sarcófago daqueles que abandonam o poder público. Alega ter sido acometido pela Covid-19 e haver um despertar para lutar por pautas e políticas públicas sanitárias que possam minorar os efeitos nefastos causados pela pandemia, o que é louvável.
Mas terá ele, após se afastar, de maneira voluntária, dos corredores estreitos do mundo político, a chance de ter êxito no seu pessoal projeto e voltar a ter brilho no universo da política? Suspeito que sim, pois Ricardo Marcelo seria um representante legítimo do Brejo paraibano.
É claro que há a forte figura do deputado estadual Raniery Paulino (MDB), também do Brejo, em buscar, de forma legítima, outro assento na Câmara Federal. Mas quem conhece a região sabe. Ricardo Marcelo tem seu reduto em Belém, sua cidade natal.
O emedebista em Guarabira, cuja capilaridade política e eleitoral é outra, tendo ampla chance de êxito. Mas ele – Raniery- ainda não definiu como colocará seu bloco na rua no pleito de 2022.
Bem, conjecturando, o Brejo paraibano, se os dois colocarem seus respectivos nomes à disposição de uma postulação federal, não há como haver um choque “mortal” entre eles na disputa pela ida ao Congresso Nacional.
Para o Brejo, poderia dizer que, tendo dois representantes como deputados federais, seria um “Manjar dos Deuses” à região. E não se pode esquecer a pessoa de Tião Gomes (Avante) – deputado estadual por oito legislaturas consecutivas e que sempre trabalhou para o desenvolvimento daquela seara paraibana.
Agora, é aguardar!
Eliabe Castor
PB Agora