O ressurgimento de Luciano Cartaxo (PV), ex-prefeito de João Pessoa, no cenário político da Paraíba é algo quase místico: uma junção de um pássaro da mitologia grega que, quando morria, entrava em autocombustão e, passado algum tempo, ressurgia das próprias cinzas.
Falo da Fênix – até fatos reais em dias de hoje ditos inexplicáveis; observando quando alguém sai de um leito moribundo da UTI e volta à vida de forma “milagrosa” para a ciência. É claro que estou a fazer dois paralelos.
Um escorrido pelo mítico, ou culto religioso passado, e outro uma “realidade” muito próxima à verdade. Sim! Mas é preciso lembrar que os dois caminhos – ficção e realidade – existem. Importante lembrar a suposta ressurreição de Lázaro.
Um dos milagres de Jesus, relatado em João 11:1-46, no qual o filho de Deus traz Lázaro de Betânia de volta à vida depois de quatro dias de sepultamento. Fênix e Lázaro não seriam partes de um mito ou realidade? Tudo isso é levado ao campo da fé. Nada posso afirmar, apenas jogar luzes a esses belos fenômenos.
E Cartaxo está nessa junção: realidade, ficção e fé. Mas é importante notar que o ex-gestor não é um profeta, salvador ou mensageiro da boa nova. Ele é, apenas, um político de sorte, e sabe explorar, como ninguém, as brechas que se apresentam para o seu favor.
E aqui vou eu, mostrando que Luciano Cartaxo, mais uma vez, tem estrela brilhante no seu caminho. E explico: quando todos apostavam na sepultura política do ex-prefeito, uma luz surgiu.
Sim, surgiu e tem nome: Romero Rodrigues (PSD), ex-prefeito de Campina Grande, sendo ele um dos primeiros a consolidar sua pré-candidatura ao governo do Estado, seguindo a onda – na época – da ascensão popular do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).
Agora, em resumo de tal ópera-bufa, Rodrigues se anulou, como Bolsonaro. Ambos perderam espaço político. E aqui provoco o leitor, na intenção de produzir boas reações lógicas. O ex-prefeito da boa e velha Rainha da Borborema não tem mais confiança dos bolsonaristas, nem aqui, nem alhures, muito menos na ala que segue o governador João Azevêdo (Cidadania).
Como se diz na política, o “cavalo passou selado” na amplitude visual de Romero Rodrigues, e perdeu ele a chance de montar no bicho. Resultado: apresenta-se hoje como um contundido jogador de futebol, afastando-se da política por três semanas.
Confesso: nem o “cai cai” de Neymar é compatível com a postura de Romero Rodrigues. Particularmente nunca vi algo similar na política do que se afastar dela em período de ebulição com tamanha desculpa.
Sim! O ex-gestor pode ter uma lesão, mas quem busca afirmação política, não irá para o banco de reserva esperar o tempo passar com a boca escancarada esperando a morte chegar.
E Luciano Cartaxo entendeu a nova chance. Os Reis Magos lhe deram nova chance. O verde sabe disso, e já começa a atacar o forte edificado por Rodrigues. Um cerco que apenas começou, a exemplo do fato de ocupar território em Campina Grande nesta segunda-feira (27), indo à outrora Vila Nova da Rainha para se apresentar como uma nova via no campo das oposições a Azevêdo.
De resto, que Romero Rodrigues saia do departamento médico das suas estratégias e tome uma posição firme ao que ele deseja. Mais ainda; e o que seus (ainda) aliados esperam da sua pessoa enquanto um legítimo centurião romano, não abandonando suas fileiras de bravos soldados que ele mesmo arregimentou.
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