Dias após anunciar flexibilização de alguns setores e vê os casos aumentarem em quase 10%, o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), coloca em prática uma estratégia ‘morde e assopra’ nessa reta final da campanha eleitoral, entre restringir e afrouxar as medidas restritivas na tentativa de driblar do resultado das urnas o ônus provocado pelas atitudes impopulares do combate à Covid-19.
O relaxamento na Capital aconteceu mesmo após os vários alertas do secretário estadual de Saúde, Geraldo Medeiros, que se posicionava, reiteradamente contra. Não deu outra. Geraldo estava certo e Cartaxo errado.
Entre os dias 1º e 31 de outubro, 2.992 pessoas testaram positivo para a doença na Capital, um aumento de 8,5% em relação ao mês anterior. Boletim da Secretaria de Saúde ainda mostrou que a capital paraibana foi a cidade que mais registrou casos de covid-19 em todo o estado. Foram 137 testes positivos, totalizando 32.788 novos casos. Ainda segundo a SES, 995 pessoas já morreram vítimas da covid-19 só em João Pessoa.
Os dados não mentem. Os casos inevitavelmente cresceram e a tendência é que após o pleito os números dobrem diante da desobediência coletiva no tocante ao distanciamento e aos protocolos que devem ser seguidos. Não é difícil imaginar que o secretário de saúde de João Pessoa, Adalberto Fulgêncio, esteja blefando quando garante que não haverá revogação das medidas restritivas após o pleito.
Basta fazer uma análise do feriadão de finados. Lá tivemos mais uma amostra da estratégia do ‘assopra’ dada pelo prefeito Cartaxo, que possibilitou várias aglomerações públicas, seja em bares, seja na orla.
Literalmente o povo abraçou o ‘vale Covid’, tirou a máscara e colocou a cara na rua.
O pós-feriado não deu outra – veio o ‘morde’ e a prefeitura anuncia que 41 estabelecimentos foram notificados na Capital, durante a folga prolongada e agora, conforme o secretário de Saúde Adalberto Fulgêncio, eles podem ser multados ou até mesmo interditados em caso de reincidência.
Parte da população e dos empresários temem os próximos dias. Veem o risco de em pleno fim de ano serem afetado frontalmente no bolso, ao serem novamente impedidos de trabalhar.
Ao que parece, até dia 15 de novembro o voto e a vida terão a mesma importância. Morra quem morrer!
Márcia Dias
PB Agora
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