A pandemia do coronavírus se alastrou no Brasil há pouco mais de seis meses. Desde então inúmeras medidas foram adotadas para evitar o contágio em todas as partes do país. Na Paraíba, mais precisamente em João Pessoa, Capital do Estado, não foi diferente. Até mesmo um ‘lockdown’, uma espécie de fecha tudo, foi cogitada.
Uso de máscara e de álcool em gel se tornaram hábitos do cotidiano, todavia, só agora, após um semestre a prefeitura municipal de João Pessoa, que, por sua vez, também está em final de gestão lança mão de um decreto, em plena pré-campanha eleitoral – vetar o uso de celulares e equipamentos tecnológicos dentro de unidades hospitalares.
Coincidência ou não, a medida ocorre também justamente após uma inspeção do Conselho Regional de Medicina (CRM) determinar a interdição ética do Ortotrauma de Mangabeira, mais conhecido como Trauminha. Foram mais de dez fiscalizações nos últimos quatro anos e poucas melhorias realizadas. Para piorar, grande parte dos problemas se agravaram.
Conforme o relatório do Conselho, o hospital apresenta inúmeros problemas que comprometem o ato médico, como a falta de médicos na escala, de medicamentos básicos e de material cirúrgico. No consultório médico falta maca para examinar o paciente e, nas enfermarias, pacientes com cirurgia infectada ficam no mesmo local que os pacientes com cirurgia limpa. Há também relatos de cirurgias que demoram mais de sete dias para serem realizadas.
Além disso, a unidade apresenta problemas sérios em sua estrutura física, como precárias condições de higiene dos quartos e banheiros, com a presença constante de baratas, infiltrações, mofo, buracos no piso e nas paredes, banheiros sem funcionar, cadeiras de rodas e de banho quebradas, falta de privacidade, além da falta de lençóis, travesseiros e colchões. Por falta de ventilação adequada, os acompanhantes levam ventiladores de casa.
Mas, para que a população não tenha acesso a esse tipo de informação, a estratégia da prefeitura é omitir o defeito em vez de solucionar o problema, já que em apenas quatro meses, sobretudo em meio a uma campanha eleitoral, não há possibilidade de se solucionar quatro anos de problema. Há informação até mesmo da prática de atos sexuais dentro da unidade.
“É para a gente garantir a biossegurança dos órgãos e serviços hospitalares”, justificou o secretário de Saúde, Adalberto Fulgêncio, sobre a medida emitida no dia 25 de agosto de 2020.
Se a intenção era evitar a contaminação de equipamentos pelo coronavírus, a medida chega em atraso. Índices de casos diminuem e o número de mortos por conta da Covid-19 têm apresentado queda.
Diante da polêmica, a bancada do prefeito Cartaxo agiu, e evitou que o secretário Adalberto Fulgêncio fosse convocado para prestar esclarecimentos sobre os desmandos no Trauminha de Mangabeira e ainda sobre a portaria. O vereador Léo Bezerra (Cidadania) chegou a apresentar um requerimento, mas a bancada do prefeito rejeitou. Onze vereadores disseram não. Apenas quatro foram a favor da convocação. A votação ainda contou com uma abstenção.
Marianne Goes, atual coordenadora do programa João Pessoa Cidade Criativa da Unesco, é mais uma a entregar o cargo na gestão Cartaxo. Ela protocolou a carta de demissão nesta quarta-feira (02) e é a quinta integrante da gestão a ‘abandonar’ o barco comandado pelo PV, na Capital.
Para atrair novas adesões à pré-candidatura do ex-senador Cícero Lucena (PP), o partido do governador João Azevêdo não deverá impor a indicação do vice do seu partido na chapa majoritária. Tem sinalizado que pode deixar o caminho aberto para nomes que integrem ou venham a integrar o arco de alianças. A janela é estreita, mas existe. Por enquanto, o mais cotado para a vaga segue sendo o poeta e vereador Bruno Farias (Cidadania).
Recém aliado do Governo na Assembleia Legislativa, o PRTB do deputado estadual Eduardo Carneiro terá uma conversa definitiva com a executiva nacional do partido para saber se mantém a pré-candidatura à prefeitura da Capital. Eduardo, no entanto, tem sinalizado que segue no páreo, inclusive com projetos e propostas já consolidadas para o pós-pandemia. Se o partido seguirá o mesmo destino do PTB que declinou da postulação e incorporou suas propostas à campanha do PP na Capital, ainda é uma incógnita.
Pela lei, o partido que lançar candidato a prefeito em João Pessoa só poderá gastar até R$ 2.800.000,00. Já o candidato a vereador só poderá desembolsar R$ 311 mil. Em Campina Grande a situação é mais confortável. Lá os candidatos a prefeito poderão gastar no 1º turno: R$ 3.981.974,79 e no 2º turno: R$ 1.592.789,91 mil.
Já os vereadores, apenas R$ 164 mil cada.
A eleição para indicação para o novo reitor da UFPB ganhou novo capítulo. A Procuradoria Geral da instituição emitiu parecer pela anulação do pleito. A vencedora, professora Terezinha, se disse surpresa com a possibilidade de ‘tapetão’, já que ela teve uma vitória expressiva na votação, e espera que a vontade da comunidade acadêmica seja respeitada.
O voto de três alunos que são suspeitos de não terem vínculo com a instituição teria sido o estopim para a reviravolta no pleito, mas, ainda assim, não mudaria o resultado da votação. Esses mesmos três alunos, todavia, estariam comprovando que seguem com vínculo na universidade.
Apesar de toda a movimentação, a escolha do novo reitor é prerrogativa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e não está diretamente ligada ao resultado da eleição. Ainda depende da vontade do presidente sobre nomear ou não o nome que irá gerir os rumos da Universidade Federal da Paraíba pelos próximos quatro anos.
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba, José Ricardo Porto, tem se empenhado para fazer destas eleições municipais a mais limpa possível. Para isso, convocou Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas e Procuradoria da República para juntos criarem instrumentos e planejamentos que visem coibir e impedir o uso abusivo da máquina pública. Distribuições graciosas, contratação de temporários, além do uso desvirtuado de programas sociais em favor de determinadas candidaturas estão na mira da justiça.
“A preocupação da justiça eleitoral, a mais latente, é no que diz respeito ao equilíbrio e equidade no tocante as candidaturas que estão no páreo. E diante desse pensamento buscamos outros órgãos para que juntos possamos criar instrumentos e planejamentos objetivando coibir e impedir o uso abusivo da máquina pública”, ressaltou.
Uma reunião com representantes do TRE, TJ, TCE e MPF a ser agendada para os próximos dias vai dar o tom de como será feito o combate conjunto e eficaz que atentam contra o estado democrático de direito.
Márcia Dias
PB Agora
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