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Opinião: finalmente o prefeito de Cabedelo recebe um Xeque Mate. Irá escapar?

A verdade sempre aparece. Como Dom Quixote lutava contra os moinhos de vento pensando que esses eram gigantes, numa linguagem metafórica de Cervantes, que apontou para os desvios da conduta do ser humano em seus sonhos, mostrando que há casos de pura verdade ou delírio nos escritos propositais da vida.

E aqui serei bem direto, pondo a certeza nos órgãos de recriminação ao crime organizado. O Ministério Público da Paraíba, através do Gaeco (Grupo de Operações Especiais de Combate ao Crime Organizado) ofereceu à Justiça, na quinta-feira (29) mais uma denúncia de crimes cometidos pela organização criminosa investigada pela Operação Xeque Mate, no município de Cabedelo, estando outro personagem pouco falado na investigação, até agora.

Já era tempo. Trata-se de Vitor Hugo – prefeito de Cabedelo – (DEM) que sempre esteve citado na operação, denunciado desde 2019.

Ainda mais que tardia, o gestor da cidade portuária saiu pela tangente, mas o castelo de areia desabou. Grandes empresários, ex-vereadores e até ex-prefeitos da cidade foram presos ou indiciados. O atual alcaide da terra da Nau Catarineta, não.

Indiciados

Não resta lembrar que os ex-prefeitos José Maria de Lucena Filho (Luceninha) e Wellington Viana França (Leto Viana), além do atual prefeito de Cabedelo, Vitor Hugo, como também o empresário Roberto Ricardo Santiago e outras 14 pessoas foram indiciadas pelo Ministério Público dentro da investigação da Operação Xeque Mate.

Em depoimentos prestados à Polícia Federal, em 2019, Leto Viana confessou que comprou seu mandato junto ao ex-prefeito Luceninha e detalhou como funcionou a organização. A confissão foi feita na Superintendência da PF em Cabedelo, na Grande João Pessoa.

A suposta participação de Vitor Hugo

Envolvimento do atual prefeito – Leto Viana, em sua confissão, afirmou que o atual prefeito de Cabedelo, Vítor Hugo, então vereador na época, recebia mensalmente R$ 3 mil diretamente de suas mãos.

O dinheiro era proveniente justamente do esquema de desvio dos salários dos servidores. Ainda de acordo com ex-prefeito, Vitor Hugo recebeu R$ 20 mil para aderir à sua base de apoio na Câmara de Vereadores de Cabedelo.

O documento que registra a confissão ratifica o esquema de compra de apoio com os vereadores de Cabedelo. Segundo Leto, cada um dos vereadores da base de apoio parlamentar indicaram uma pessoa para ser nomeado em um cargo comissionado de R$ 5 mil de salário.

O ex-prefeito detalhou, na época, que ainda havia outros valores mensais pagos aos vereadores da base para manutenção do apoio.

O que Vitor Hugo diz em nota

Confira:

NOTA

Recebi com muita surpresa a notícia da denúncia do Ministério Público do Estado da Paraíba, mas também com muita tranquilidade, respeitando e sempre acreditando na Justiça.

Todos os vereadores do Brasil têm direito por lei a seus assessores, assim à época que fui vereador, também tive os meus, que sempre trabalhavam em prol do meu mandato parlamentar.

Assim que for notificado, apresentarei os esclarecimentos necessários e tenho plena convicção da minha inocência.

Por fim, seguirei firme, batalhando para transformar Cabedelo na melhor cidade da Paraíba.

Vitor Hugo Castelliano
Prefeito de Cabedelo

Considerações finais

Vitor Hugo – que é apontando como um dos favorecidos do esquema criminoso, deve ser submetido a amplo aspecto investigativo. O que certamente o Gaeco, em comunhão com a Polícia Federal fizeram com grande esmero. Cabe ao gestor provar sua inocência. Do contrário, ser submetido a penas e pagar seus supostos crimes, ficando o Judiciário para tal incumbência. Em tempo: a ampla defesa do prefeito é prevista em lei, como qualquer cidadão. A diferença é que um qualquer jamais terá o direito, exceto buscando a Defensoria Pública, assoberbada de trabalhos.

Claro: Vitor Hugo vai se valer da sua condição financeira, protelar todo o inquérito que pode acabar na famosa pizza. Esse é o Brasil. Ou vamos colocar a grafia com Z?

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