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Opinião: João Azevêdo, o pacificador, e Bolsonaro no Consórcio Nordeste

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A Paraíba é “pequenina” em relação à extensão territorial do Brasil. Mas sua “fúria” contra os desembaraços que fustigaram a região Nordeste está concebida nos anais da história. Não vou, aqui, discorrer sobre cada confronto que o nosso Estado esteve envolvido desde o Brasil colônia até a chamada “República Velha”. Não é esse meu objetivo.

O que trago é algo sonhado há tempos, mas só posto em pratica em dias atuais. Eu falo do Consórcio dos Estados do Nordeste. Trata-se de uma reunião dos estados nordestinos que conta com a presença dos governadores da região, cujo objetivo é discutir a criação de uma série de ações em conjunto.

Entre os projetos, estão uma Central de Compras para a realização de licitações conjuntas entre os estados do Nordeste, a criação de um programa de formação de médicos que supra as necessidades deixadas pelas mudanças do programa Mais Médicos pelo governo federal, a aprovação de um planejamento estratégico para os próximos 12 meses, além da organização de viagens internacionais que serão feitas pelo grupo.

Dito os objetivos, ou os principais da região em tempos de diversificação econômica, aqui registro a palavra do governador João Azevêdo nesta segunda-feira, em Salvador, local do encontro. Em tom conciliador, disse o gestor paraibano não ser favorável a possíveis embates entre o governo federal e os que estão à frente dos nove estados nordestinos.

A lógica de João Azevêdo segue, exatamente, sua maneira de governar a Paraíba. Antes de qualquer conflito, prefere o diálogo e a não beligerância, por entender que vivemos em um país republicano, cuja democracia deve ser respeita de forma suprema.

E a reunião iniciou com ares “separatistas” e de pura indignação ao governo do presidente Jair Bolsonaro. Alguns governadores, mesmo sem explanarem verbalmente que “buscavam” a “volta” da “Confederação do Equador”, outros a “Cabanada” ou novas versões da “Sabinada”, “Balaiada” e “Insurreição Praieira”, mostravam seu descontentamento com o “ex-milico”.

Mas João Azevêdo foi tranquilo, seguro em suas afirmações. Disse não interessar para o Nordeste, e por extensão ao governo federal, uma ruptura, observando que o país é uma república federativa e, como tal, um país dividido em estados, regiões ou entidades, que possuem certo grau de autonomia, mas que estão unidos e subordinados à soberania do governo federal, normalmente comandado por um presidente eleito pelo povo.

Em síntese, mesmo tendo uma visão política e até pessoal contrária ao presidente Jair Bolsonaro, o que está em questão não fica centrado em vaidades pessoais. Sem a síndrome da “criança birrenta”, João Azevêdo não fez “beiço” na reunião. Ele observou que o Nordeste pode e deve ter uma economia mais autônoma em relação ao governo federal, não ultrapassando os dispositivos legais.

É certo que todos concordam que a região Nordeste é dotada de belezas naturais, rica em cultura material e imaterial, detentora de grandes reservas econômicas, e de um povo belo que não foge à luta. Não será o totalitarismo que irá nos desagregar. Somos paraibanos, nordestinos e brasileiros. Nossa pátria e nossa língua, nossa miscigenação. Nosso território, nosso país chamado Brasil. Não será uma bandeira vermelha ou travestida de verde e amarelo que irá separar nosso povo.

 

Eliabe Castor
PB Agora

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