Tudo bem que a consciência da população tem muito mais peso na difícil missão de combater o coronavírus do que qualquer ação ou decreto governamental. É vero! Entretanto, quanto mais o Governo do Estado e os prefeitos – especialmente os das maiores cidades do Estado – adotarem normas rigorosas contra o coronavírus melhor para todos.
Os governantes – seja ele chefe do Estado, ou dos municípios – não devem ceder às pressões de qualquer natureza no sentido de que precisam afrouxar as medidas sanitárias destinadas a combater o coronavírus. Muito pelo contrário, têm é que arrochar o nó; aplicar o nó molhado, como se diz no linguajar popular quando se referem a algo que não desata.
Mais do que isso: com a responsabilidade que todos têm, tanto o governador João Azevêdo como os prefeitos também não podem transformar o problema causador de uma das piores pandemias que a humanidade já enfrentou numa questão de natureza política, mas, isto sim, de saúde pública.
Na contramão
Quanto a esta questão, o governador João Azevêdo tem agido de forma acertada, baixando decreto e adotando medidas rigorosas para enfrentar a pandemia. Em alguns casos de flagrante desrespeito às normas, pondo até a polícia para fazer cumprir a ordem.
Já o prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, que administra a segunda maior e mais importante cidade da Paraíba, está na contramão do bom senso e da lógica cabível à situação, fazendo de tudo para que haja uma flexibilização quase total nas medidas sanitárias, no que pese o quadro extremamente preocupante que se verifica na Paraíba, com a multiplicação constante tanto dos casos de contaminação quanto o número de mortes.
Ainda bem que entre Romero, a sua vontade pessoal e o desejo de alguns que só pensam em cifras em detrimento da saúde pública, existe uma Justiça que tem atendido ao bom senso.
É claro que este cenário mundial de pandemia não favorece a ninguém. A humanidade está em xeque, todos sofrem e todos perdem. Uns mais que outros, é claro, mas ninguém está lucrando com essa pandemia, a não ser a indústria produtora de vacina, álcool em gel, mascaras e outros produtos de grande consumo nestas situações. Lucrando, vírgula, porque no cômputo geral, todos saem mesmo é perdendo.
A situação que agora verificamos por si só justifica a necessidade de aperto nas regras sanitárias. Afinal, observem o comportamento dos números inerentes à contaminação, casos de doenças confirmados e mortes depois que houve flexibilização.
Se as regras sanitárias adotadas desde o início da pandemia tivessem sido mantidas, com toda a certeza não teríamos chegado ao ponto a que chegamos com a péssima perspectiva de agravamento da situação.
Observem que esta retomada dos casos começou exatamente quando começaram a flexibilização, com a agravante das campanhas políticas que culminaram com as eleições de outubro.