Filho de peixe é peixinho, correto? Nem sempre! E o que os pais imaginam para os filhos, na maioria das vezes, quando o ato é imposto de forma contundente pelos genitores; de forma quase invariável surgem choques de ideias e ideais que repelem os sonhos das partes envolvidas.
E aqui falo com toda a propriedade de pai. Achei muito interessante o prefeito da capital, Cícero Lucena (PP), em entrevista concedida a um programa de rádio nesta quinta-feira (20), que não irá, em hipótese alguma, interferir na vida particular dos filhos, em especial o empresário e vice-prefeito de Cabedelo, Mersinho Lucena (Republicanos).
Sabiamente, Cícero Lucena foi categórico, estando ali, no exato instante que foi instado pelos radialistas, não o político, mas o pai, sobre a possibilidade de Mersinho buscar um assento na Câmara Federal.
“Eu quero dizer isso porque quem autoriza, na verdade, ele ser deputado federal, se for o caso, é o eleitor, não sou eu”. E em tal afirmação, achei, no mínimo, agradável a postura do gestor pessoense.
É como falasse Cícero Lucena: caso tenha vontade o meu filho buscar seu caminho na política, tem ele luz própria. Mas no final será o povo quem decidirá. O povo soberano e suas vontades inquestionáveis.
Agora, leitor, importante observar que sim. O vice-prefeito de Cabedelo, município com o terceiro PIB mais volumoso da Paraíba tem um vice-prefeito atuante. Não é ele um modelo fotográfico e, sim, político sério de uma nova geração, cuja grande maioria envelheceu precocemente.
O jovem gestor vem surpreendendo. Não raro, está buscando recursos para o município portuário em várias pastas do governo federal. Recentemente esteve em Brasília.
Na pauta, manteve audiências com algumas das principais autoridades do país, entre eles: o secretário Executivo do Ministério do Turismo, Vicentinho Alves, o líder do governo no senado, senador Eduardo Gomes, o presidente do FNDE, Marcelo Ponte, o secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga e o presidente nacional do PP, Ciro Nogueira.
E na sua “sacola” de solicitações, buscou Mersinho Lucena angariar recursos para o desenvolvimento mais efetivo de Cabedelo, o que trará, claro, ações sociais e investimentos fundamentais para a geração de emprego e renda para aquela município e seus habitantes.
Finalizando, observo o jovem gestor ter, em suas mãos, a moralidade para sim ocupar, caso seja do seu interesse, um assento na Câmara Federal. E isso está contido no seu ser, e no próprio povo cabedelense e os que residem nas adjacências.
Não será Cícero Lucena que o colocará em berço esplêndido para uma possível vitória, mas sim sua desenvoltura política, o que vem fazendo com destreza enquanto vice-prefeito de Cabedelo. Agora é manter o foco no que faz e tomar uma decisão assertiva na hora conveniente.
De resto, como gosto de citar Castro Alves em momentos oportunos: “A praça, a praça é do Povo! Como o céu é do Condor! É antro onde a liberdade cria a águia ao seu calor!”.