Quem não se lembra daquele que foi um dos mais perversos calvários da história política da Paraíba, em que o ex-senador e ex-governador Cícero Lucena padeceu a um verdadeiro massacre?!
Todos nós que, àquela época, já tínhamos consciência das coisas lembramos. Não dá pra esquecer, claro…
Os algozes – autoridades e a quase a totalidade da imprensa – foram absolutamente impiedosos nos açoites a relhos em couro cru no lombo Caboclinho de Jatobá.
A armação foi desumana com aquele que foi, sem dúvida, um dos melhores prefeitos de João Pessoa.
Cícero e família foram humilhados, execrados publicamente. Ele foi preso e chamado de ladrão. Tudo isso com o reforço de uma campanha midiática digna do esgoto, de um grau de perversidade e irresponsabilidade jamais visto nos tempos recentes.
Alguma de suas obras recebeu, por parte de adversários e da imprensa, um apelido jocoso. O Viaduto Sonrisal, por exemplo, foi construído na gestão de Cícero. Mas deram-lhe este nome como para dizer que foi uma obra tão mal feita, que não resistia a uma chuva porque evaporava como as bolhas do antiácido num copo.
As vinhetas dos radiofônicos do meio-dia de segunda a sexta-feira aterrorizavam a vítima e sua família; prenunciavam mais uma sessão de tortura psicológica, calúnias, difamações etc e tal.
Cícero não suportou permanecer na vida pública, de tão acossado por uma perseguição sistemática. Afastou-se da política, pediu o boné e se recolheu a vida privada.
Cícero Lucena Também foi traído algumas vezes por gente da política a cuja família havia dado as mais cabais provas de lealdade, respeito, para não dizer veneração…
Inocente
Pois bem. Passados alguns anos, a Justiça finalmente reconheceu que Cícero de Lucena Filho, uma das mais destacadas figuras oriundas de São José de Piranhas, simplesmente era I-N-O-C-E-N-T-E…
Detalhe: Cícero foi submetido a todo o trâmite judicial numa fase de reclusão da vida pública, sem prestígio, sem mandato, sem poder, sem broche. Ou seja: não tinha sequer cacife para exercer qualquer influencia em estância nenhuma da Justiça.
Por ter sido, Cícero Lucena, julgado inocente, é que a coluna ousa achar que tudo foi uma armação. Ora, depois de um carnaval daquele, de prisão, execração pública, humilhação para a família e no fim o cara não teve nada a ver com aquilo, o que se pode mais dizer?
Pois bem: o ladrão de antes, o bandido que foi execrado pela mídia, hoje é quem desponta como o mais forte concorrente à Prefeitura de João Pessoa.
Milhares de eleitores que agora vão votar em Cícero Lucena, são os mesmos que, no passado caíram na esparrela de que Cícero era um bandido.
A imprensa que hoje lhe joga confete, é exatamente a mesma que lhe chamou de ladrão, usurpados do erário etc e tal.
Assistimos atualmente a um filme muito parecido.
Portanto, não se admitem de um dia, lá pra frente, Ricardo Vieira Coutinho também for inocentado das acusações que hoje lhes fazem.
Wellington Farias
PB Agora
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