Mais que um bom nome, é preciso ter um bom sobrenome para chegar ao Congresso via “Expresso Paraíba”. E quando falo em “chegar”, não me refiro aos parlamentares que foram eleitos no último pleito e, sim, seus parentes que são levados para auxiliá-los em seus respectivos gabinetes. O último caso envolvendo esse expediente, no mínimo, pouco democrático, para não dizer espúrio, pondo a ética no “Muro das Lamentações” dos desvalidos, reside na sala da senadora Daniella Ribeiro (PP).
A parlamentar foi “agraciada” pelo colunista Lauro Jardim, em sua coluna veiculada no Portal O Globo desta terça-feira (20). Motivo: a senadora contratou, de forma “graciosa”, sua prima, Marina Ribeiro Barbosa Gaudêncio, para trabalhar em seu gabinete, na longínqua Brasília, ocupando o cargo de assessora parlamentar. Salário? “Apenas” R$ 22,9 mil, ou seja: uma receita anual de R$ R$ 274,8 mil.
Detalhe: a Paraíba segue como o estado com menor salário médio mensal do Brasil. De acordo com o estudo feito pelo IBGE, com base no Cadastro Central de Empresas (Cempre), o rendimento mensal dos paraibanos está em R$ 2.077,79, cerca de 2,2 salários mínimos por mês. O mesmo índice no Brasil é de R$ 2.848,77.
Agora outro fato agravante, daqueles que se legisla em causa própria. Pasme leitor: o Senado não considera nepotismo a contratação de primos de segundo grau. E assim vamos caminhando, na certeza, ou quase isso, que um dia a ética moral vença a cobiça. Parafraseando Caetano Veloso, o povo espera que “a força da grana que ergue e destrói coisas belas” seja menor que o interesse coletivo. Fica a dica, senadora Daniella. Para os demais colegas de Casa, também.
Eliabe Castor
PB Agora