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Opinião: Nilvan vai à contramão da Justiça ao garantir início das aulas em janeiro, caso seja eleito

Restaurantes, bares, praias lotadas. Comércio funcionando para recuperar as perdas financeiras decorrentes à primeira onda da Covid-19. Distanciamento social cada vez mais negligenciado. O uso da máscara como acessório básico de “sobrevivência” sendo posto no lixo. Eleições municipais as quais muitos candidatos, partidários e apoiadores trocaram abraços, apertos de mão dentre outras “iguarias” de um pleito convencional.

Para piorar o cenário, ou a chamada “tempestade perfeita”, estamos às vésperas de um segundo turno eleitoral em João Pessoa, além, claro, das festas de fim de ano chegando. Shoppings lotados, comércio apinhado, confraternizações familiares e por aí segue em um cenário que os números de infecções e internações por Covid-19 começam a subir no país e, claro, na Paraíba, não excluindo a Capital.

Segunda onda da Covid-19

Para os especialistas da Organização Pan-americana de Saúde (Opas), a principal lição da segunda onda de casos da Covid-19 na Europa é mais do que óbvia. “Não devemos baixar a guarda”, afirmou à BBC News Mundo nesta segunda-feira (23) o diretor do departamento de doenças transmissíveis da entidade, Marcos Espinal.

No mesmo diapasão segue o secretário de Saúde do Estado, Geraldo Medeiros. “Não houve discussão com relação a lockdown, mas se as atitudes da secretaria de Saúde fossem adotadas segundo o decreto estadual, nós não estaríamos neste cenário”, observou o chefe da pasta em entrevista radiofônica.

Nilvan Ferreira defende retorno às aulas contrariando decretos e decisões judiciais

E na contramão de todos esses argumentos vindos de especialistas de todo o mundo, o candidato à Prefeitura da Capital, Nilvan Ferreira (MDB) manteve também reunião nesta segunda-feira com entidades e representantes de escolas particulares. O postulante assumiu o compromisso de retorno das atividades escolares a partir do dia 18 de janeiro do próximo ano, caso eleito.

É algo perigoso afirmar tal possibilidade pois, sendo ele eleito a chefe do Executivo pessoense, certamente terá problemas judiciais. Basta observar a postura da Justiça Federal, em decisão liminar proferida na sexta-feira (20), que decidiu o findar das aulas presenciais nas faculdades em Cabedelo, município da Região Metropolitana de João Pessoa.

As aulas haviam sido reabertas com base no Decreto Municipal nº 68/2020. A decisão da Justiça Federal atende pedido feito pelo Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público do Trabalho (MPT) em ação civil pública ajuizada em 25 de outubro de 2020, em decorrência do aumento da transmissão do novo coronavírus.

Então, não é salutar prometer e não cumprir. E neste caso específico, o correto é não prometer. Principalmente quando vidas humanas estão, como sempre estiveram, diretamente ligadas ao tortuoso jogo de xadrez político. E aí fica para o leitor e ao próprio candidato tal reflexão.

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