Após negarem a gravidade da pandemia, da eficácia das vacinas contra a covid-19 e do resultado das urnas que deram a vitória ao presidente eleito e diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições deste ano, os bolsonaristas surgem com uma nova negação da realidade: a de que os atos de vandalismo sejam de autoria de apoiadores radicais do atual presidente.
E, na Paraíba, essa negação da realidade já tem dois adeptos famosos: o deputado federal eleito Cabo Gilberto (PL) e o ex-candidato a governador Nilvan Ferreira (PL) que publicaram em suas redes sociais, com milhares de seguidores, que os responsáveis por incendiar ônibus, carros e depredar equipamentos públicos em Brasília na noite dessa segunda-feira (12) eram petistas ou membros do MST infiltrados.
As alegações dos políticos não se sustentam em nenhuma prova ou evidência, apenas a convicção e fé inabalável de que as cenas que chocaram e revoltaram o Brasil jamais poderiam ser fruto de ações de bolsonaristas – mesmo com pessoas deste espectro político tendo recentemente bloqueado rodovias federais com pneus queimados impedindo, inclusive, que ambulâncias e pessoas doentes passassem por elas.
Nilvan, que é jornalista e deveria ter cuidado com as informações que repassa, chegou ao ridículo de postar um vídeo no qual, no meio da confusão, se escuta um grito de “fora, Bolsonaro”, não se sabe de onde e de quem, como “prova” da infiltração de petistas nos atos criminosos.
Enquanto isso, as investigações das autoridades do Distrito Federal apontam para o envolvimento de pessoas que estavam acampadas em frente ao Quartel General do Exército, ou seja, bolsonaristas.
Mais um episódio de negação da realidade de um grupo de pessoas que vive em delírio coletivo numa realidade paralela.
Feliphe Rojas
PB Agora