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Opinião: O canto da liberdade!

Tive o privilégio de visitar minha querida João Pessoa, terra onde nasci, por quinze dias, nesse ano de 2022. Fazia sete anos que não andava por lá. Fiquei hospedado com minha esposa, Marlene Nunes, num dos hotéis à beira-mar daquele lindo litoral pessoense, na avenida Cabo Branco. Logo que cheguei ao hotel um dos hóspedes me alertou: “talvez você não se sinta cômodo nesse quarto, pois a janela dá para um quintal onde tem muitas galinhas e um galo cantador que abre o bico às cinco da manhã com seu cântico de liberdade e de ordem”. Constantemente, alguns hóspedes pedem para mudar de quarto.

Esperei pela manhã do dia seguinte e exatamente na hora que o hóspede me havia assinalado o galo começou a cantar, na verdade, era um cântico de liberdade e de alento para quem está disposto a despertar às cinco da manhã e fazer uma caminhada à beira- mar. Dois hotéis dividem a propriedade em que o galo vive com suas donzelas, um à direita, outro à esquerda, e eu me encontrava em um deles. Em conversa de pé de orelha numa das barracas que vende água de côco e que fica bem em frente à residência do galo e dos dois hotéis, eu perguntei o porque dos proprietários dos hotéis ainda não terem comprado aquela propriedade que os divide, me responderam que o dono é um senhor de avançada idade, que diz não haver preço pela liberdade que desfruta em seu território, apesar dos proprietários insistirem que o mesmo poderia gozar de mais liberdade vendendo aquele sítio e indo morar com o seu galo cantador em outra área.

Lembrei-me essa semana desse episódio que vivi em João Pessoa ao ler a carta em defesa da democracia escrita por integrantes da USP, abraçada e assinada por quase um milhão de assinantes em pouco menos de uma semana. Na verdade, temos 230 milhões de habitantes em nossa pátria, essas assinaturas são muitas em relação ao conteúdo de uma única carta, em relação ao total de habitantes de nossa nação ela é apenas um ponto numa linha elástica.

Expressar que há perigo de perdermos a liberdade democrática em nossa pátria parece até piada, principalmente pela origem dos que assinaram essa carta, são pessoas de classe média alta, intelectuais de esquerda e milhares de estudantes filhinhos de papai que vivem a idade da revolução ideológica em suas mentes, influenciados por catedráticos de esquerda nas universidades. Andam a procura de liberdade, quando eles as vivem e as tem de sobra vinte e quatro horas em território brasileiro, entram e saem da nação sem pedir licença, escrevem suas asneiras sobre ideologias esquerdistas e não são importunados, diferentemente dos seguidores de direita que numa redação, um ponto mal posto, pode levar o STF a bater em sua porta e procurar satisfação.

Na realidade, a turma da direita é que tem sido acuada no seu direito de expressão, ela sim é que deveria estar procurando por seus direitos legítimos, quando até nas redes sociais é perseguida. Uma elite do caviar escreveu essa carta e os motivos não são claros do porquê da mesma. Eles gozam a liberdade de sobra e até desfrutam de contas gordas em terras estrangeiras com mansões em Miami, Orlando, New York, Califórnia, Londres, Paris, etc. Nenhum quer comprar residência, viver, nem investir suas economias em países como: Cuba, Nicarágua, Venezuela, Coreia do Norte, China, etc. São socialistas-comunistas, vivendo dentro de um regime civilizado e livre, como é o do Brasil.

Dentro da terrinha, gritam de barriga cheia por algo que já tem de sobra: Liberdade, pois vivem como pássaros livres. Lá fora, essa turma da hipocrisia democrática se autodenomina e vive como: Socialista-Capitalista, puros hipócritas. Se buscam liberdade e logo defendem os regimes ditatoriais dessas nações selvagens. Que tomem um avião, não com destino a USA ou Europa, e vá desfrutar da realidade bonançosa que tanto eles defendem em países com leis e bandeiras vermelhas.

Fez bem e foi inteligente quem não usou sua caneta para assinar essa carta sem nenhum sentido. De democracia ela não tem nada, quem é inteligente sabe a quem ela se dirige. Se dirige a uma só pessoa que está disposta a entregar sua vida pela liberdade do seu povo. Os dias se aproximam e brevemente a resposta da grande massa democrática será dada. Então todos fecharão suas bocas. “Não se deve falar de assombração que elas logo aparecem” (José Maria Trindade, dos Pingos Nos Is).

Voltando ao assunto inicial, o galo continua cantando em liberdade na avenida Cabo Branco, em João Pessoa, os opressores, que são livres e não se dão conta, desde os quartos dos dois hotéis, praguejam contra o canto livre do galo. Eu que não sou bobo, adorei seu canto e como aquele galo, me sinto livre. Nos dias em que estive hospedado naquele maravilhoso hotel, os hóspedes, até passaram uma carta para que eu a firmara pedindo para que o galo fosse calado em sua liberdade de cantar pelas manhãs. Sabe o que fiz: rasguei a carta em vários pedaços, pus uma rede na varanda do meu quarto, para apreciar todas as manhãs o canto daquele galo, desfrutando a saída de um sol brilhante, sobre as ondas espumantes entre as praias de Tambaú e Cabo Branco. Lá na verdade o sol nasce primeiro. Viva a liberdade que desfrutamos em nosso querido Brasil.

 

Elcio Nunes
@elciojnunes (Instagram)


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