O problema da oposição, na Paraíba, não se limita à falta de lideranças com incontestável densidade eleitoral para uma disputa majoritária.
Qual o grande nome – de peso e de “ricol” – na oposição afora Cássio Cunha Lima?
Pois bem. O problema não é só este.
A configuração da chapa oposicionista que se esboça para 2022 tem um nítido perfil do bolsonarismo que inspira um projeto de governo a quem o povo brasileiro atribui o genocídio que já sepultou mais de meio milhão de pessoas ao longo da pandemia do coronavírus.
O bloco oposicionista que recentemente se reuniu, em João Pessoa, para começar as definições visando as eleições de 2022, tem a cara do bolsonarismo. Do comunicador Nilvan Ferreira ao ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, na foto oposicionista veiculada pela imprensa havia bolsonarista para todos os gostos.
Está claríssimo!
Mesmo que a oposição não se componha só com a tropa aliada a Bolsonaro, ainda assim o tamanho do bolsonarismo demonstrado pela bloco oposicionista não parece nem um pouco adequado para um projeto eleitoral. E pior ainda será se a cabeça da chapa for um bolsonarista, mesmo que o restante seja só de outras matizes políticas.
Fenômeno
O bolsonarismo foi um fenômeno eleitoral que surfou na onda de uma crise aguda que trouxe desesperanças para os brasileiros. Historicamente, entretanto, fenômenos eleitorais – sobretudo com tais características – não têm se repetido por si só, no Brasil. Vide Jânios Quadros, Fernando Collor de Melo e alguns outros.
Eleitoralmente, o bolsonarismo não é uma boa marca, não causa boa impressão. E mais: nem de longe, restaura as esperanças de uma faixa do povo brasileiro que foi iludida pela propaganda segundo a qual tirando o “mito” Jair Messias Bolsonaro seria a panaceia para o Brasil.
O bolsonarismo também não é nada bom neste momento, quando a máscara da moralidade despenca da sua face oculta…
Genocídio
Todos estes fatos – do chamado genocídio nacional, até o iceberg de corrupção cuja ponta acaba de aparecer em forma de propina nas negociações para compra de vacina – estarão presentes na pauta das discussões em torno das eleições 2022, em letras garrafais e negrito.
A farsa bolsonarista está desmoronando. E não se iluda se, na Paraíba, o quanto antes começar uma debandada da tropa aliada a Bolsonaro…
O projeto inspirado no “mito” desmorona principalmente depois das denúncias de cobrança de propina para a aquisição de vacinas neste momento tão crucial para o Brasil e para a humanidade, o “mito” bolsonarista está desmoronando no conceito da opinião pública. Já vinha se dando mal perante a população brasileira, mas agora, com tais denúncias,
agregou para si um certo grau de repulsa.
Reunião
Comenta-se por aí que, nesta sexta-feira (02/06), os oposicionistas voltarão a se reunir para traçar novas metas para 2022. O lugar é ainda incerto e não sabido.
É provável, até, que estes aspectos sejam discutidos. Mesmo porque, ao longo da semana se ouviu um burburinho no terreno oposicionista sobre a inconveniência da marca bolsonarista na chapa da oposição.
O problema é que, pelo que tudo indica, se tirar o bolsonarismo da oposição, não sobre ninguém…
Wellington Farias