Não está fácil para a oposição, a essa altura do processo pré-eleitoral.
Não é impossível que logre êxito, entretanto, até porque em política o impossível pode não existir. Tanto é assim que um capitão do exército, reformado por indisciplina, improdutivo em 28 anos de baixíssimo claro no Congresso Nacional, totalmente vazio de projeto, truculento, defensor de tortura e despreparado, se elegeu presidente da República.
Voltando pra Paraíba: não está fácil, mesmo, para as oposições. Pelo menos por enquanto.
Há cenários imagináveis e possíveis, que possam vislumbrar uma ameaça séria ao projeto de João Azevêdo?
Claro que há. Desde que os respectivos partidos e lideranças abdicassem de suas indiferenças, de ambições pessoais, familiares e de grupelhos, em torno de uma proposta eleitoralmente viável; e que cheguem à óbvia conclusão: ou se junta tudo, ou a parada está perdida.
É possível, sim, as oposições pensarem numa vitória, até pelo simples e indiscutível fato de que João Azevêdo é plenamente favorito num cenário em que está praticamente só. Agora foi que surgiram dois nomes cogitados – o deputado Cabo Gilberto e o comunicador Nilvan Ferreira – ambos de um mesmo campo ideológico, noviços na política e que representam um segmento em profundo desgaste, de Norte a Sul do país.
A mágica
Convenhamos: é ilusório imaginar que do lado do governador Azevêdo não tem problemas, divisões e insatisfações. Tem, sim. Latentes, queimando por baixo como fogo de monturo.
Basta uma abanada a mais que o rastilho de pólvora se espalha…
Por partes
O Grupo Vital, liderado pelo senador Veneziano Vital do Rego, ao que tudo indica, está fora do projeto do governador João Azevêdo.
Há possibilidade de reversão? Há, sim, mas cristal trincado nunca mais é o mesmo…
Foi para o ralo a chamada confiança mútua.
Será uma perda considerável? Será. Afinal, a perda de um grupo com dois senadores e tradição, é bastante relevante para quem vai enfrentar uma campanha majoritária.
Quando está coluna já estava finalizada, a notícia de que o PDT está deixando o governo…
Juntando tudo
Em se confirmando este rompimento, as oposições passariam a ter do seu lado três grupos fortes da política paraibana: os Cunha Lima, os Vital e os liderado por Ricardo Coutinho, este com aval do Partido dos Trabalhadores e de Lula.
Subtraia da política paraibana os Cunha Lima, Os Vital e os de Ricardo, passem a régua e veja o saldo que fica.
Quem são as lideranças políticas na Paraíba, afora essa tropa?
Quais seriam os nomes restantes com história, densidade eleitoral e prestígio popular para disputar qualquer pleito?
E topam?
Só Deus sabe.
Mas é certo: juntar tantas idiossincrasias num mesmo palanque, não é mesmo nada fácil.
Mortos e vivos
Os puxa-saco de plantão haverão de dizer: mas esse povo já está morto!
Sim, cara pálida, e quem são os vivos? Quais são os bambas da política paraibana, hoje?
As pesquisas mais recentes mostram que não é bem assim.
Resumo
Disso tudo, o mínimo que pode se concluir é que o governador João Azevêdo não pode mergulhar na onda daqueles que sopram no seu ouvido dizendo que ele já está reeleito.
Já dizia o filósofo Branxú: seguro morreu de velho…