Os ataques desferidos pelo deputado estadual Cabo Gilberto (PSL) contra o presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), Adriano Galdino (PSB), em recente entrevista a um programa de rádio, coloca o parlamentar em situação pouco confortável na Casa de Epitácio Pessoa. E tal afirmação está pautada na boa convivência e respeito mútuo envolvendo os pares do Poder Legislativo paraibano.
É ilógico um parlamentar escolhido pela sociedade, por meio do voto, macular a honra de um colega, em atitude de puro descontrole emocional. Sim, o não concordar é um dos pilares da democracia. Contudo, extrapolar tal direito causa tensão política desnecessária em um período que o extremismo ideológico domina o país.
O discurso agressivo de Cabo Gilberto é o quadro borrado e pintado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) que busca, por meios questionáveis, dividir a população como se fosse ela mero fantoche, em uma luta trágica, não épica, do “bem contra o mal”.
A estratégia da polarização das ideias, para os extremistas, é fundamental na busca da sua própria sobrevivência política. E dessa forma o deputado, bem como o inquilino do Palácio do Planalto, miram o desequilíbrio social a favor das suas próprias causas.
E nesse compasso sem réguas ou regras pergunto: como pode um representante do povo chamar seu colega de “ditador, covarde, mentiroso e autoritário” em uma entrevista? É claro que nas discussões em plenário, ou nas sessões remotas, o embate de ideias é fundamental. Faz parte do processo democrático, sendo importante observar que em tais ocasiões nem sempre o clima amistoso ou de boa vizinhança permanece. Mas, passado aquele momento de “furor, a descortesia ou ódio não são justificáveis.
São perfeitamente naturais discussões acaloradas envolvendo membros do Legislativo, mas sempre evitando a violência em todos os seus aspectos, afinal, faz-se necessário distinguir o que é adversário e inimigo. E o mesmo vale para as relações pessoais, cujo respeito é a palavra chave que deve ser lapidada a fim de manter o equilíbrio da sociedade e das instituições em perfeita harmonia.
Por fim, o extremismo, seja na seara política ou noutros campos da própria vida, merece ser rechaçado e, em casos severos, posto o infrator ou infratora na balança da Justiça, no intuito que a mesma defina punições. Anarquia, totalitarismo ou radicalismo merecem desaprovação imediata. A barbárie ou selvageria não são opções, seja em que circunstâncias forem.
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